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Peixe de Fora

BALANCED SCORECARD (BSC) E A GESTÃO DO SISTEMA DE SEGURANÇA

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De forma natural e esperada a evolução do segmento de segurança tem se acelerado nos últimos anos, trazendo novas perspectivas às organizações.

Apesar desta evolução, nos cabe fazer a seguinte pergunta: de que maneira o sistema de segurança gera vantagem competitiva.   
Para construirmos esta resposta precisamos levar em conta três premissas. A primeira é que o sistema de segurança é uma unidade de apoio, unidade meio ou de serviço compartilhado, tal como recursos humanos, finanças e jurídico. Os produtos do sistema de segurança, assim como de outras unidades de apoio, são geralmente intangíveis, pois é uma prestação de serviço. É difícil quantificar esses produtos quando as empresas tentam avaliar a eficácia e a eficiência dessas unidades.
A segunda premissa é que o sistema de segurança precisa adotar um conjunto sistemático de processos a fim de criar valor por meio do alinhamento. Inicialmente, é necessário alinhar as estratégias do sistema de segurança com as estratégias das unidades de negócio e da corporação, definindo o conjunto de serviços estratégicos a serem oferecidos. Posteriormente, o sistema de segurança precisa alinhar seus processos, de maneira que sejam capazes de executar a estratégia. Para tanto, é necessário desenvolver um plano estratégico que descreva como adquirir, desenvolver e prestar serviço estratégico às unidades operacionais, o qual passa a ser a base do mapa estratégico, do Balanced Scorecard (BSC), da iniciativa estratégica e do orçamento do sistema de segurança. Finalmente, o sistema de segurança deve fechar o ciclo, avaliando o desempenho de sua iniciativa, mediante técnicas como acordo de nível de serviço (SLA), feedback dos clientes internos, avaliações pelos clientes e auditorias internas.
A terceira premissa é perceber o sistema de segurança como um sistema aberto, ou seja, um conjunto de elementos dinamicamente relacionados que desenvolvem atividades para atingir determinado objetivo. Como sistema apresenta seis elementos: objetivos, entradas, processos, saídas e feedback. 
 O sistema de segurança cria vantagem competitiva se for excelente em qualquer dos arquétipos estratégicos adotados pelas unidades de negócio: baixo custo, liderança de serviço, soluções completas para os clientes internos. As estratégias de intimidade ou de soluções para os clientes exigem do sistema de segurança construir parcerias com os clientes internos, sendo necessário mudar de especialistas funcionais para assessores de confiança e parceiros do negócio.
O sistema de segurança reforça a estratégia empresarial por meio do portfólio de serviços que oferecem aos clientes internos. Depois de definir os serviços estratégicos, o sistema de segurança precisa desenvolver sua estratégia de prestação dos serviços prometidos, a qual, deve ser traduzida em mapa estratégico e em BSC. Ao se desenvolver o mapa estratégico e o BSC do sistema de segurança, é útil vê-lo como um negócio dentro de um negócio.
O BSC apresenta quatro perspectivas: financeira, cliente, processo interno e aprendizado e crescimento. A perspectiva financeira do BSC do sistema de segurança apresenta dois componentes: eficiência e eficácia. O primeiro envolve questões tradicionais, como o custo dos serviços prestados e a observância do orçamento. O segundo é medido pelo impacto sobre a estratégia empresarial.
Em relação à perspectiva dos clientes, devemos levar em conta que o sistema de segurança tem dois tipos de clientes:

•    Os gestores das unidades de negócio a quem prestam serviços diretamente.
•    Os colaboradores ou clientes externos, que são beneficiários e destinatários dos serviços.

O sistema de segurança deve compreender as estratégias dos clientes internos e usar sua expertise funcional para criar e propor soluções que contribuam para o sucesso desses clientes.
A perspectiva dos processos internos apresenta três temas. O primeiro é a concentração na excelência operacional que impulsionará o objetivo de eficiência da perspectiva financeira. O segundo tema trata da maneira como o sistema de segurança gerencia o relacionamento com os clientes internos. E o último tema aborda o apoio estratégico à organização, impulsionando o componente de eficácia da estratégia, ao fornecer aos clientes internos novas capacidades que reforçam suas estratégias.
A perspectiva do aprendizado e crescimento trata das necessidades específicas dos recursos humanos do sistema de segurança, em termos de treinamento, tecnologia e clima de trabalho solidário. Em relação aos recursos humanos é necessário a preocupação com três componentes: programas de desenvolvimento de competências estratégicas; desenvolvimento da organização e da liderança; processo de gestão de desempenho.
Podemos perceber que se os objetivos do sistema de segurança forem desdobramentos dos objetivos de longo prazo desenvolvidos no planejamento estratégico da empresa, o sistema de segurança terá os seus processos relacionados com o negócio. Desta forma, o sistema de segurança terá a importância que sempre mereceu nas diversas organizações.

Sucesso.

Nino Ricardo de Menezes Meireles

Engenheiro Civil; Especialista em Consultoria e Gestão de Recursos Humanos; Especialista em Gestão Estratégica de Negócios; Extensão em Administração da Segurança Empresarial; Extensão em Gestão de Riscos Corporativos; Autor dos Livros : Desmitificando a Segurança (Edufba – 2002). Recursos Humanos no Setor de Segurança. O que você precisa saber. (Taba Cultural - 2005). Sistema de Segurança (Étera - 2006). Manual do Gestor da Segurança Corporativa (Étera - 2008). Professor e coordenador do curso de graduação em Gestão da Segurança Privada (Centro Universitário da Bahia – FIB). Professor e coordenador do MBA em Gestão Estratégica da Segurança Corporativa (Centro Universitário da Bahia – FIB). Diretor Bahia da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg). Consultor e facilitador.

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