Segurança Patrimonial ou Prevenção de Perdas? O que escolher?
- Escrito por Thiago Lemos Carnovale
- Publicado em Segurança Empresarial
- Lido 12678 vezes
- tamanho da fonte diminuir o tamanho da fonte aumentar o tamanho da fonte
- Imprimir
Atualmente a Área da Segurança está bem divulgada e difundida em todo o mundo devido a todos os acontecimentos positivos e negativos, mas mesmo em meio a tanta divulgação paira um entendimento errado sobre a divisão ou a tentativa de fazerem uma distinção entre as áreas da Segurança Patrimonial e Prevenção de Perdas.
Pois se entende que não deveria ter essa divisão, pois sabemos que a prevenção de perdas veio como um complemento intelectual para a área de segurança patrimonial devido a todos os acontecimentos e inovação dos setores econômicos e tecnológicos.
O desenvolvimento desse artigo apoiou-se em diversas fontes teóricas, encontradas em livros, artigos, Internet. A Internet, através do Google Acadêmico foi muito útil, pela sua universalidade. A pesquisa valorizou a experiência teórica e prática do autor, visando às triagens e seleções de novos conhecimentos e informações sobre o tema. Estudos comparativos e análise de teorias favoreceram a estruturação do texto. Sendo assim, a metodologia utilizada, caracterizou-se por sua natureza bibliográfica considerada relevante para o enriquecimento do tema.
Hoje em dia existe um entendimento errado sobre as áreas de segurança patrimonial e prevenção de perdas, sendo realizada uma divisão que não deveria existir entre as áreas, tornando um setor confuso para consumidor e dividido pelos próprios profissionais da área.
Na realidade essa diferença não existe, o que existe é um aperfeiçoamento que ocorreu no decorrer dos anos da segurança patrimonial devido ao crescimento da criminalidade, tecnologia, modo de vida e sua importância para o setor corporativo.
Com o intuito de explicar que não existe essa diferença e sim um entendimento errado, mostraremos a evolução histórica da área da segurança até os dias atuais.
A segurança patrimonial se confundiu com o surgimento do homem que sempre utilizou da segurança para proteger seus bens contra animais e ladrões.
Os primeiros relatos do surgimento da segurança patrimonial é a criação dos primeiros “vigilantes” na Inglaterra do século XVI, que eram homens hábeis em luta e no uso da espada, eram usados na proteção dos senhores feudais.
Podemos também citar as escoltas realizadas por homens armados no velho oeste americano no século XIX, por volta do ano de 1820, devido à ineficiência do fornecimento de segurança pública pelo governo, desencadeando a criação de algumas empresas do setor como a Wellfargo, primeira empresa de segurança privada registrada e logo depois foram criadas as até então existentes no seguimento Brinks e Pinkerton.
No Brasil as empresas de segurança patrimonial surgiram nos anos 60, consequentemente os “vigilantes”, devido ao aumento dos assaltos as instituições financeiras, tendo como objetivo a proteção as pessoas, patrimônio e o transporte de valores.
Desde então os “vigilantes” foram denominados com inúmeros nomes como vigias, rondantes, fiscais, entre outros, sendo considerados como uma equipe para-militar, pois eram contratados por coronéis aposentados impondo um regime militar a esses indivíduos e tinham poder de polícia nas instituições a qual protegiam.
Com o passar dos anos e com os diretos dos trabalhadores reconhecidos pela consolidação das leis trabalhistas, a atividade da segurança privada começou ser modificada e aprimorada principalmente com a implantação da Lei 7102/83 que regulamentou suas atividades em todo território nacional.
A atividade de segurança patrimonial visa controlar riscos ao patrimônio da entidade e integridade física das pessoas.
Atualmente, segundo dados da Federação Nacional de Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), existem 1.963 empresas de segurança privada no país. Elas são responsáveis por cerca de 540 mil postos de trabalho formais e diretos.
Hoje a prevenção de perdas é considerada um fator estratégico para determinadas situações, já que as perdas podem cessar as atividades de uma empresa.
Há quem diga que prevenir é sempre melhor do que remediar, mas na prática e no dia a dia nem sempre foi assim, pois, as primeiras iniciativas de prevenção de perdas surgiram nos anos 80 em um cenário onde se tinha uma hiperinflação.
Tendo como o objetivo integrar todos os funcionários e com intuito de maximizar resultados aumentando assim a margem de lucratividade.
Com o inicio dos anos 90 e com a entrada da nova economia a prevenção de perdas tornou-se mais importante e fundamental para a rentabilidade da empresa principalmente no setor atacadista e varejista devido a sua margem pequena de lucratividade.
Momento que coincidiu com o surgimento da segurança eletrônica, ferramenta muito utilizada pela segurança.
Nos dias atuais o conceito de prevenção de perdas não é só utilizado pelo seguimento atacadista e varejista, mas sim por todos onde é necessária uma rentabilidade frente aos concorrentes.
Com a entrada da prevenção de perdas no mercado, trouxe a ideia de controle sustentável, análise do problema com implantações de soluções e não somente proteção imediata, com essa ideia houve a necessidade de profissionais que se utilizassem das suas expertises em conjunto com inúmeras ferramentas de controle.
Com esse entendimento verificamos claramente o aperfeiçoamento da segurança patrimonial para a prevenção de perdas, demonstrando que não são duas áreas e sim uma aperfeiçoada.
Com esse aperfeiçoamento demandou a necessidade de profissionais mais preparados com intuito de trabalharem na prevenção realizando analises de forma a não somente conter o problema, mas entende-lo de forma a não deixa-lo acontecer novamente.
Isso é uma realidade, pois, independente do profissional que a empresa queira contratar, Gerente de Prevenção de Perdas ou Gerente de Segurança, ambos trabalharão com vigilantes, fiscais de prevenção de perdas, monitoramento de CFTV e ferramentas de análise de risco com intuito de proteger o patrimônio.
Conclusão
O mais importante é entender que não existe uma diferença entre as áreas e sim uma metodologia aperfeiçoada de trabalho com profissionais mais preparados, derrubando paradigmas com o objetivo de transformar a área de segurança cada vez mais estratégica para as empresas, evitando e prevendo possíveis perdas e riscos.
Referências
DIVERSOS, Site Equipe Vigilantes Brasil, 2013.
ROLLI Claudia, Folha de São Paulo, São Paulo 06/06/2013.
JUNIOR Alcântara, Blog Vigilante Patrimonial, São Paulo, 28/11/2011.
GERAIGIRE Marco Antonio, Dec News, São Paulo, 22/05/2012.
OLIVEIRA Sandovaldo Pereira, Artigo Mudanças de Paradigmas em Segurança Patrimonial e Prevenção de Perdas, São Paulo, 30/12/2011.