GESTÃO DOS RECURSOS ELETRÔNICOS DO SISTEMA DE SEGURANÇA
- Escrito por Nino Ricardo de Menezes Meireles
- Publicado em Segurança Empresarial
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Quando falamos em gestão, estamos falando do ciclo PDCA. Na fase P (plan - planejar) são realizadas as seguintes atividades básicas: diagnóstico, definição de metas, definição das ações para alcançar as metas e elaboração dos planos de ação.
Na fase D (do - executar) são executadas as medidas necessárias para alcançar as metas, tendo como referência os planos de ação. No terceiro momento, fase C (check – controlar), fazemos a verificação dos resultados e do grau de avanço das medidas. Na última fase, fase A (action – ação), fazemos uma análise do alcance das metas e se existe diferença entre as metas e os resultados alcançados. Caso exista este gap (problema), devemos determinar as causas deste desvio e estabelecer as medidas corretivas (contramedidas).
A gestão dos recursos eletrônicos (meios ativos) segue o mesmo princípio. Na fase P iremos realizar o diagnóstico da empresa buscando identificar: os tipos de eventos que a empresa está exposta e quais os fatores potencializadores de concretização. Iremos buscar estes fatores nas macrocausas, ou seja, meios ativos, meios passivos, meios organizacionais, recursos humanos com foco na segurança, ambiente externo e ambiente interno. A partir destas informações passamos a fazer o processo de análise de risco que irá nos dar como resultado: probabilidades, impactos e formas de tratamento.
Estas informações serão alinhadas com as diretrizes estratégicas da empresa e a partir deste cruzamento serão definidas as diretrizes com foco na área de segurança e como as ações de segurança potencializarão o alcance das metas dos demais setores. Esta fase finaliza com a elaboração dos planos de ação de implementação das medidas do sistema de segurança. Os planos de ação irão contemplar ações em todo o sistema de segurança, inclusive em relação aos meios ativos, ou seja, recursos eletrônicos.
Como dito anteriormente, na fase D, os planos de ação das medidas de segurança serão colocados em prática. Especificamente em relação aos recursos eletrônicos, iremos: adquirir, instalar e mudar. No plano de segurança preventivo, dois pontos são importantes para este recurso: planejamento técnico e planejamento tático. O primeiro servirá de guia para a aquisição dos recursos, pois irá estabelecer as especificações. O segundo irá definir a utilização e localização dos recursos eletrônicos adquiridos e existentes.
Na fase C, devemos acompanhar e avaliar o alcance das metas. Em relação aos recursos eletrônicos precisamos verificar se eles estão cumprindo com os seus objetivos. Para este fim, dois pontos são importantes: indicadores de desempenho e plano de manutenção. A definição dos indicadores é essencial para comprovarmos a eficiência e eficácia destes recursos. O plano de manutenção deve contemplar as manutenções preventivas e corretivas. Este plano é essencial para que estes recursos desempenhem suas funções no sistema de segurança.
Na última fase, fase A, precisamos verificar se as metas foram alcançadas. Os indicadores irão ajudar neste processo.
Apesar do foco deste artigo ser a gestão dos recursos eletrônicos, precisamos lembrar que segurança é sistema. O sistema preventivo é composto de vários subsistemas: barreira física, comunicação, iluminação, controle de acesso, controle de chaves, recursos humanos, cftv, alarme, informação e meios organizacionais. Todos estes subsistemas são importantes para que este sistema alcance suas metas.
Na gestão dos recursos eletrônicos além das especificações e das definições táticas, outros pontos importantes são: infraestrutura, qualificação da equipe técnica e instalação. A infraestrutura tem que ser muito bem definida e implementada, pois tanto no subsistema de cftv como no subsistema de alarme o meio de comunicação entre câmeras e gerenciadores e entre sensores e central de alarme é elemento fundamental para o rendimento dos citados subsistemas. Como em muitas empresas estes recursos serão implementados após a construção da edificação, a preocupação com a infraestrutura é potencializada.
A qualificação da equipe de instalação também é muito importante, pois o investimento nos equipamentos pode ser questionado em virtude dos subsistemas anteriores não estarem cumprindo com os seus objetivos, basicamente porque a instalação não foi criteriosa. E esta aparente falta de critério pode estar camuflando a falta de qualificação da equipe.
Os gestores da área de segurança precisam mais do que nunca entender que gestão é feita com base em controles e para controlarmos é essencial o estabelecimento de indicadores de desempenho. É preciso perceber também, que na prestação de serviço a busca de indicadores não é tarefa simples, mas possível.
Sucesso!!!!!
Nino Ricardo de Menezes Meireles
Engenheiro Civil; Especialista em Consultoria e Gestão de Recursos Humanos; Especialista em Gestão Estratégica de Negócios; Extensão em Administração da Segurança Empresarial; Extensão em Gestão de Riscos Corporativos; Autor dos Livros : Desmitificando a Segurança (Edufba – 2002). Recursos Humanos no Setor de Segurança. O que você precisa saber. (Taba Cultural - 2005). Sistema de Segurança (Étera - 2006). Manual do Gestor da Segurança Corporativa (Étera - 2008). Professor e coordenador do curso de graduação em Gestão da Segurança Privada (Centro Universitário da Bahia – FIB). Professor e coordenador do MBA em Gestão Estratégica da Segurança Corporativa (Centro Universitário da Bahia – FIB). Diretor Bahia da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg). Consultor e facilitador.