Foco e Método – os segredos do sistema de segurança
- Escrito por Nino Ricardo de Menezes Meireles
- Publicado em Segurança Empresarial
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Dois grandes problemas na prestação do serviço de segurança são: falta de foco e falta de metodologia de construção.
O primeiro problema surge pela falta de um objetivo claro que norteie o sistema de segurança e ser implementado. Não podemos esquecer que qualquer sistema surge a partir de um objetivo bem definido, como é fácil perceber pela própria definição de sistema: conjunto de elementos dinamicamente relacionados que desenvolvem uma atividade para atingir determinado objetivo. O objetivo é a finalidade para a qual o sistema foi criado. Razão de ser do sistema.
O sistema de segurança tem que ser construído a partir do seu objetivo geral que é GERENCIAR RISCOS, seja minimizando a probabilidade de ocorrência, seja minimizando o impacto gerado pela concretização. Para se chegar ao objetivo geral é necessário alcançar os seguintes objetivos específicos:
- Dissuadir– levar a desistência da prática de uma ação.
- Detectar– Informar a ocorrência de um evento.
- Reconhecer– Localizar e identificar o evento.
- Reagir – Tratar o evento.
Para que esses objetivos sejam alcançados o sistema de segurança tem que ser composto de quatro macrosubsistemas, cada um com um foco principal, sendo:
- Meios técnicos ativos (tecnologia) - Gerar informação.
- Meios técnicos passivos (barreiras) - Retardar a agressão.
- Meios organizacionais (normas, procedimentos, planos, políticas) - Coordenar os meios.
- Meios humanos - Assegurar reação.
Esses meios na verdade são as entradas (insumos ou inputs)do sistema de segurança, entradas essas que serão processadas e transformadas em resultados, ou seja, as saídas. Através das saídas o sistema de segurança exporta de volta ao ambiente o produto de sua operação. Devem ser coerentes com os objetivos específicos e o objetivo geral (GERENCIAR RISCO). Desta forma o sistema de segurança será factível (tecnologia e pessoas disponíveis) e viável (relação custo X benefício X risco).
O segundo problema é a falta de método, ou seja, não existe uma construção lógica para a solução de segurança. É possível afirmar que a palavra método é a união das palavras meta (resultado a ser atingido) e hodós (caminho), ou seja, sequencia de ações necessárias para se atingir certo resultado desejado. Esta sequencia é a base de construção, base essa que é composto da resposta a três perguntas.
A primeira pergunta é: qual ativo ou quais ativos a empresa quer proteger (pessoas, bens, informações, imagem). A segunda pergunta é: qual evento ou quais eventos podem interferir na integridade dos ativos a serem protegidos. A terceira e última pergunta é: qual o nível de proteção que se quer dar aos ativos.
Com foco e método poderemos desenvolver um plano do sistema de segurança capaz de alcançar os seus objetivos e potencializar a atividade fim de qualquer empresa, mediante o gerenciamento dos riscos.
Sucesso.
Nino Ricardo de Menezes Meireles
Engenheiro Civil; Especialista em Consultoria e Gestão de Recursos Humanos; Especialista em Gestão Estratégica de Negócios; Extensão em Administração da Segurança Empresarial; Extensão em Gestão de Riscos Corporativos; Autor dos Livros : Desmitificando a Segurança (Edufba – 2002). Recursos Humanos no Setor de Segurança. O que você precisa saber. (Taba Cultural - 2005). Sistema de Segurança (Étera - 2006). Manual do Gestor da Segurança Corporativa (Étera - 2008). Professor e coordenador do curso de graduação em Gestão da Segurança Privada (Centro Universitário da Bahia – FIB). Professor e coordenador do MBA em Gestão Estratégica da Segurança Corporativa (Centro Universitário da Bahia – FIB). Diretor Bahia da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg). Consultor e facilitador.