Você já Ouviu Falar em Prevenção de Perdas?
- Escrito por Marco Antonio G. Geraigire
- Publicado em Prevenção de Perdas
- Lido 6009 vezes
- tamanho da fonte diminuir o tamanho da fonte aumentar o tamanho da fonte
- Imprimir
O termo “prevenção de perdas" surgiu no Brasil em meados da década de 90.
De lá para cá os grandes varejistas nacionais, liderados pelo GPP da FIA (Grupo de Prevenção de Perdas), vêm estudando e realizando benchmark (copiando as melhores práticas) com as maiores redes de varejo norte-americanas, a fim de influenciar comportamentos, adquirir novas técnicas, ferramentas, tecnologia e processos para prevenir suas perdas.
Para se ter uma idéia da extensão do problema, as perdas nos EUA giram em torno de US$ 30 bilhões por ano. Isso porque é o país onde mais se utilizam ferramentas e técnicas para isso. Aqui no Brasil a gestão em perdas tem pouco mais de 8 anos, e ainda temos muito que aprender. O empresário brasileiro começará a investir mais em prevenção de perdas, no momento em que começar a medí-las.
Seu maior atrativoé que, a cada real economizado aumenta-se proporcionalmente um real no lucro da empresa. Na prática, percebemos que é muito mais fácil, rápido e barato, prevenirmos perdas do que aumentarmos as vendas.
Para um mercado cuja representatividade em vendas é altamente relevante, como o canal alimentar, e cujos balanços vêm demonstrando lucros decrescentes, economizar em perdas pode ser uma grande oportunidade de aumentar sensivelmente o seu lucro.
A análise das perdas no Brasil segue a tendência americana, sendo medida sobre a “Receita Líquida”, ou seja, a receita líquida. A média das perdas no Brasil, nos diversos segmentos avaliados, tais como: alimentar, vestuário, farmacêutico e atacadista de auto-serviço, é de 1,74%. Contudo, não se esqueça de que estamos falando de grandes e organizadas empresas que investem esforços e muitos reais na prevenção de perdas. Na prática, a grande maioria das empresas sofre com perdas muito maiores. Imaginem quais os percentuais médios do mercado em geral, quando mais de 95% dos empresários desconhecem o assunto, e não têm nenhuma política de PP em prática.
A média de 1,74% é calculada entre as perdas do varejo farmacêutico, que é de 0,77%, e os 2% de perdas do segmento alimentar.
Particularmente não gosto de médias, mas certamente é uma forma de entendermos as variações do mercado, e posicionarmos o índice das demais empresas do mercado.
O mercado trata das perdas, principalmente, através da apuração do INVENTÁRIO (ou balanço dos estoques na linguagem popular). Assim sendo, após a realização do balanço na sua loja você apura o valor efetivamente perdido, divide esse valor pela receita líquida e multiplique-o por 100, para encontrar o percentual de perdas do seu negócio.
Ex: Se as suas perdas são iguais à R$ 5.000,00, durante um determinado período, e a receita líquida "nesse mesmo período" é de R$ 100.000,00, então as suas perdas totais são de 5%.
O quê? Você não realiza balanços na sua loja? Então sugiro que comece a pensar seriamente no assunto, pois se as empresas que controlam rigidamente suas perdas perdem muito, imagine os que não controlam.
Cada segmento e perfil de loja, poderá possuir um grupo de produtos mais visados a furto que outros. O importante é sabermos quais os mais visados, e criarmos ações eficazes para "minimizar" suas perdas.
Nas palestras que tenho realizado em todo o país sobre o assunto, mais de 95% dos varejistas confessam nunca terem ouvido falar em prevenção de perdas.
Se por um lado isso assusta, por outro nos mostra que temos uma grande oportunidade de aumentar os nossos lucros.
O PRIMEIRO PASSO PARA QUEM DESEJA COMEÇAR A PREVENIR PERDAS É:
"BUSQUE AS INFORMAÇÕES".
Não podemos pensar em reduzir perdas se não soubermos exatamente onde ela acontece.
As estatísticas de mercado nos mostram a seguinte realidade:
- Furto Interno* - 28% (*funcionários)
- Furto Externo** - 19% (**"clientes")
- Quebra Operacional - 25%
- Erros adm. - 14%
- Fornecedores - 7%
- Outros ajustes - 7%
Se focarmos nossos esforços em prevenir as perdas relativas aos funcionários e clientes, estaremos então atuando sobre 47% do total das perdas, segundo GPP FIA. Agora é só entender: o que, como e quando (horário) estamos sendo lesados, e criarmos ações de prevenção sob medida para a nossa necessidade.
Os varejistas dispõem de diversas ferramentas para prevenir perdas. Seguem abaixo as mais utilizadas:
- Criterioso recrutamento e seleção de pessoas - Selecionar bem os profissionais que trabalharão em sua loja é a medida mais importante em prevenção de perdas.
- Leis rígidas na tratativa das perdas. Uma política de tolerância zero é altamente eficaz na prevenção de furtos internos.
- Antenas e etiquetas de rádio frequência na entrada das lojas.
- Espelhos convexos em corredores sem visibilidade.
- Seguranças a paisana no interior da loja.
- Armários de vidro e displays anti-furto.
- C.F.T.V (circuito fechado de televisão).
Cada uma dessas ferramentas tem uma indicação de uso. O valor do investimento deve ser justificado pela expectativa de redução nas perdas.
Não faz o menor sentido investir mais em equipamentos, do que o valor da perda propriamente dito.
Com ações sucessivas de análise e prevenção de perdas, o seu lucro vai gradativamente aumentando, tornando o seu negócio cada vez mais saudável e competitivo.
Se você tem alguma dúvida, deseja maiores esclarecimentos ou tem informações à acrescentar, seja bem-vindo e deixe a sua contribuição nos comentários.
Sucesso.
Marco Antonio G. Geraigire
Sócio-consultor da Geraigire – Soluções para o Varejo. Consultor e Palestrante Especializado em Varejo. Prof. da pós-graduação em Farmácias e drogarias das universidades : Unisantos e Oswaldo Cruz. Áreas de consultoria: Gestão, Treinamento e Prevenção de Perdas.