Crise – Como Administrar?
- Escrito por Nino Ricardo de Menezes Meireles
- Publicado em Segurança Empresarial
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Não basta as empresas terem um plano preventivo de segurança, pois ele nunca terá a condição de zerar os riscos. Por mais bem planejado e implementado que seja, ele não tem como ser 100%.
Esta realidade nos faz perceber a importância da organização ter um plano de contingência, pois uma emergência ou crise poderá levar a empresa a encerrar as suas atividades, caso não seja bem administrada.
Poderíamos conceituar crise como um fenômeno complexo que tem sua origem em fatores internos e/ou externos à organização, caracterizado por um estado de grande tensão com elevada possibilidade de agravamento e risco de sérios impactos na imagem e na própria sobrevivência da organização.
A crise é um evento que pode ser de cunho criminoso ou não, exigindo uma resposta rápida e específica a fim de assegurar uma solução aceitável, minimizando-se os impactos. Ela, geralmente, é imprevisível e pode ameaçar a integridade física e a vida dos funcionários e das pessoas da comunidade ao redor da empresa. A gravidade da situação exige da empresa uma ação em caráter de urgência e uma postura organizacional não rotineira.
Não podemos esquecer que a crise poderá ser explorada pelos concorrentes. Esta realidade ressalta a importância das atividades de inteligência e de comunicação, havendo necessidade de um segmento pós-crise para neutralizá-la e evitar repetição.
É importante que não confundamos Gerenciamento de Crise com Planejamento de Contingência, pois o primeiro está inserido no segundo. O gerenciamento trata da administração propriamente dita da contingência e utiliza várias equipes, previstas no planejamento.
O Comitê de Crise é o grupo especificamente preparado para administrar o desastre. Ele é composto por: equipe técnica, equipe administrativa, equipe operacional, assistência social e assessoria de imprensa.
O gerenciamento de crises pressupõe a clareza de informações, a ética e a transparência nas ações. Sempre que possível, a empresa deve tornar pública as ações adotadas para evitar as especulações. Esta interface com o ambiente externo à organização é responsabilidade da assessoria de imprensa e deve ser feita com muito critério, pois pode afetar, irreversivelmente, a imagem da empresa.
Deve-se evitar a ocultação dos problemas e procurar esgotar o assunto o mais rápido possível. Durante a emergência, embora se deva suspender a publicidade da empresa para dificultar o desgaste da imagem, é conveniente aproveitar os espaços disponíveis na mídia para divulgar esclarecimentos sobre o assunto.
A resposta à contingência será potencializada mediante a manutenção de uma equipe que tenha a função de prever, projetar e administrar possíveis crises. Mesmo sabendo que não temos a capacidade de antever o futuro, esta política dera à empresa a capacidade de minimizar os impactos. Uma das ações importantes a serem implementadas por esta equipe é a prática de simulações.
É importante salientar que a melhor forma de enfrentar a contingência é o constante acompanhamento dos processos, o monitoramento do segmento do negócio, a atualização de cenários e a manutenção de equipe mobilizada contra eventuais crises. Em conjunto, essas ações facilitam a intervenção em situações de crise e, quase sempre, minimizam as interrupções ou as anormalidades nas atividades corporativas.
Nino Ricardo de Menezes Meireles
Engenheiro Civil; Especialista em Consultoria e Gestão de Recursos Humanos; Especialista em Gestão Estratégica de Negócios; Extensão em Administração da Segurança Empresarial; Extensão em Gestão de Riscos Corporativos; Autor dos Livros : Desmitificando a Segurança (Edufba – 2002). Recursos Humanos no Setor de Segurança. O que você precisa saber. (Taba Cultural - 2005). Sistema de Segurança (Étera - 2006). Manual do Gestor da Segurança Corporativa (Étera - 2008). Professor e coordenador do curso de graduação em Gestão da Segurança Privada (Centro Universitário da Bahia – FIB). Professor e coordenador do MBA em Gestão Estratégica da Segurança Corporativa (Centro Universitário da Bahia – FIB). Diretor Bahia da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (Abseg). Consultor e facilitador.