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Furtos de colaboradores: o que fazer?

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No ramo onde a rentabilidade está sempre em torno de um dígito, o impacto dos furtos nos resultados é extremamente relevante.

Segundo as pesquisas divulgadas pela ABRAS em 2013, com base no ano de 2012, os furtos representam 45,9% das perdas totais informadas no segmento de supermercados. Desde montante, 13,1% tem a participação direta ou indireta dos nossos colaboradores, através de furtos ou fraudes de funcionários, prestadores de serviços e terceirizados.

As áreas mais atingidas por estas ações criminosas são:

•         Frente de Caixas, segundo fontes, nesta área ocorre cerca de 40% dos furtos

•         Recebimento de Mercadorias

•         Depósitos e Câmaras frias

•         Setores de Bebidas, Perfumarias, Açougue e Eletrônicos.

 

MODALIDADES

   Entre os colaboradores mal intencionados, existem inúmeras modalidades de apropriar-se do patrimônio da empresa com objetivo de assegurar vantagens ilícitas para si ou terceiros. Dentre elas salientamos as mais usuais:

•         Ocultação de produtos

•         Produtos misturados ao lixo

•         Descontos em proveito  próprio

•         Troca de etiquetas de preço

•         Fraudes na Recepção

•         Fraudes no P.D.V.

•         Conluio com Terceiro

•         Fraudes com mercadorias

Dentro destas modalidades, existem inúmeras ações delituosas específicas praticadas por aqueles que deveriam ajudar na busca de melhor rentabilidade que exemplificamos abaixo  :

•         O registro de produtos por preços inferiores ao real ou erro de pagamento

•         Estornos fraudulentos de registros

•         Fraude na devolução de produtos

•         Abertura e fechamento de caixa sem autorização

•         Registro incorreto de quantidades

•         Uso de códigos diferentes em produtos similares

•         Favorecimento de registros para parentes ou amigos

•         Falta de conferencia de produtos em caixas e interiores de carrinhos

•         Troca de etiquetas

•         Saída de produtos no  lixo

•         Ocultação nas vestes

•         Degustação interna

•         Utilização de cupons deixados por clientes

•         Pesagem de produtos adulterada

•         Saída com produtos pela frente de loja

 

MOTIVOS

Os motivos que levam os colaboradores a cometer os furtos ou fraudes, atingindo o patrimônio da empresa são vários, sendo os mais importantes a Falta de Controles internos, a  má intenção de algumas pessoas, e Ausência ou ineficácia de fiscalização por parte do setor de Prevenção de Perdas. Além destes motivos, podemos enumerar também a insatisfação dos colaboradores diante de um clima de injustiças, parcialidades e sonegação, bem como a sensação de impunidade em saber que a empresa hesita em tomar as medidas legais cabíveis em casos de furtos e fraudes.

COMO EVITAR

Diante deste cenário de prejuízos significativos, o supermercadista deve prevenir-se e reagir aos ataques ao seu patrimônio com uma politica de planejamento na área de Prevenção de Perdas. É muito importante que desde o processo de seleção, esteja evidente a filosofia preventiva existente na empresa com alinhamento integral entre os departamentos de Recursos Humanos e Prevenção de Perdas. Já alguns anos que os setores de Gestão de Riscos e Prevenção de Perdas vêm sendo alvo de aprimoramento e desenvolvimento, tornando-se áreas estratégicas da empresa e subordinadas diretamente a diretoria, atuando como auditorias com amplitude operacional e patrimonial. Dentro deste pensamento, a principal arma que a empresa tem para reduzir as perdas motivadas pelos furtos e fraudes será ter uma Equipe de Prevenção de Perdas totalmente capacitada e prevenir e reduzir  estas ocorrências.

    Além de treinar e capacitar a sua equipe de Prevenção de Perdas, descrevemos abaixo algumas ações específicas:

•         Seleção de pessoal criteriosa, incluindo a Prevenção de Perdas no processo

•         Integração dos funcionários abrangendo a politica de Prevenção de Perdas interna com uso de cartilha prevenção de perdas

•         Gestão de Pessoas moderna, justa e imparcial, baseado em critérios de respeito mútuo e adoção de plano de meritocracia envolvendo os resultados de redução de perdas

•         Controles de entrada, saída e acessos de colaboradores pela Prevenção de Perdas;

•         Inspeção da saída de lixo, quebras e avarias

•         Disk Denúncia Interno (0800)

•         Controle de Estoques, com politica de inventários e averiguação das divergências encontradas;

•         Divulgação dos resultados de inventários por setores envolvendo as equipes na identificação das faltas;

•         Monitoramento da área de recebimento de mercadorias com presença de um fiscal de prevenção de perdas capacitado para inspecionar o processo de conferencia e realizando reconferencia por amostragem

•         Controle das transferências internas e externas pela Prevenção de Perdas

•         Tratamento de controle nos PAR’s ( Produtos de Alto Risco)

•         Uso de tecnologia antifraudes disponível no mercado:

o   CFTV (instalação de câmeras nas áreas mais sensíveis)

o   Rádios comunicadores para facilitar a comunicação entre os fiscais

o   Etiquetas eletrônicas para os Produtos de Alto Risco

o   Alarmes para produtos e áreas de riscos

o   Programas de monitoramento dos PDV’s

 

•         Monitoramento manual da Frente de Caixas:

o   Fiscalização presencial

o   Controle de anulados

o   Verificação de grandes volumes

o   Testes de caixa aleatórios

o   Interação Fiscal com operador CFTV

o   Controle das Sangrias

•         Investigação das irregularidades, apuração e punição dos culpados.

 Finalizando, entendemos que a melhor maneira de evitar que os furtos assumam proporções fora do controle é ter uma equipe de Prevenção de Perdas preparada para evitar e reduzir tais ocorrências. Os furtos de colaboradores não são meros descumprimentos de normas internas e sim crimes contra o patrimônio descritos pelo nosso código penal como artigos 155 (furto) e 171 (fraude e estelionato) que devem ser tratados como tais, dentro das formas da lei, evitando que a impunidade incentive a prática de ações ilícitas pelos colaboradores e terceirizados.

Última modificação emTerça, 11 Agosto 2015 12:27
João Carlos Lapa

João Carlos da Lapa é diretor comercial da Prátika Consultoria de Varejo, empresa de consultoria especializada em Gestão Comercial e Prevenção de Perdas em supermercados. Trabalhou mais de 30 anos nas maiores empresas varejistas do Brasil. É instrutor de treinamento e palestrante em diversas associações supermercadistas regionais, tais como APAS, AMIS, ACATS, AGOS e ACAPS. É autor do Livro GANHAR MAIS PERDENDO MENOS, pela Editora SENAC, sobre o tema prevenção de perdas.

Website.: www.pratikavarejo.com.br
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