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GERENCIANDO A INTERCEZA: VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA ENFRENTAR OS CISNES NEGROS DE SUA ROTA?

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Antes da descoberta da Austrália, as pessoas do Antigo Mundo estavam convencidas de que todos os cisnes eram brancos. Esta era uma crença inquestionável por ser absolutamente confirmada por evidências empíricas.

Deparar-se com o primeiro cisne negro pode ter sido uma surpresa interessante. Mas não é aí que está a importância dessa história. Ela simplesmente ilustra uma limitação severa no aprendizado por meio de observações ou experiências e a fragilidade de nosso conhecimento.  

É preciso considerar o desconhecido, principalmente quando estamos gerenciando um risco ou as incertezas geradas por ele.

A idéia principal deste estudo é abordar nossa cegueira em relação à aleatoriedade, particularmente os grandes desvios. Por que motivo nós, profissionais de segurança ou não, figurões ou pessoas comuns, grandes executivos ou não, tendemos a ver os centavos em vez dos dólares ou continuamos a nos concentrar nas minúcias e não nos eventos significativamente grandes e suas provas óbvias de sua influência gigantesca?

 

1. A ANATOMIA DE UM CISNE NEGRO

Cisne Negro (com letras maiúsculas) é um evento composto por três características principais:

  • Ser um “Outlier” (isolado), ou seja, estar fora das expectativas comuns, já que nada no passado pode apontar convincentemente para a sua possibilidade;
  • Exerce um impacto extremo;
  • Apesar de ser um “Outlier”, a natureza humana faz com que desenvolvamos explicações para a sua ocorrência, após o evento, tornando-o explicável e previsível, quando na verdade não são.

Tal combinação de baixa previsibilidade e grande impacto transforma o Cisne Negro em um grande quebra-cabeça.

Não é tão difícil identificar o papel de Cisnes Negros em nossa vida cotidiana: Conte os eventos importantes, as mudanças tecnológicas e as invenções que ocorreram em nosso ambiente desde que você nasceu e compare-os ao que era esperado antes de seu advento. Quantos aconteceram conforme o programado? Observe sua vida pessoal, sua escolha profissional, seu súbito enriquecimento ou empobrecimento. Com que freqüência essas coisas aconteceram conforme o planejado?

O não evento de algo amplamente esperado deve ser considerado também como um Cisne Negro. Da mesma forma, a ocorrência de um evento altamente improvável é equivalente a não ocorrência de um evento altamente provável.

 

2. A RELEVÂNCIA DO QUE NÃO SABEMOS  

Devemos considerar que os Cisnes Negros podem ser causados por serem inesperados. Sendo assim, precisamos nos ajustar à sua existência, ao invés de tentarmos prevê-los. Há muita coisa que podemos fazer se nos concentramos no anticonhecimento ou naquilo que não sabemos.

A incapacidade de se fazer previsões em ambientes sujeitos ao Cisne Negro, aliada a ausência geral de consciência dessa condição, significa que certos profissionais, apesar de se julgarem “experts”, na verdade não o são, pois com base em seu registro empírico, eles não sabem mais da própria área de estudo do que a população geral e tentam impressionar através de modelos matemáticos complicados.

 

Veremos que ao contrário à sabedoria das ciências sociais, quase nenhuma descoberta, nenhuma tecnologia importante, foi fruto apenas de projetos de planejamentos, mas de Cisnes Negros.

 

3. APRENDENDO A APRENDER 

Tendemos a aprender o específico, não o geral.

O que as pessoas aprenderam com o episódio de 11 de setembro? Será que aprenderam que alguns eventos, devido a suas dinâmicas, residem largamente foram do âmbito do imprevisível?Não. Será que aprenderam o defeito embutido na sabedoria convencional? Não. A que conclusão chegaram? As pessoas aprenderam regras precisas de como evitar prototerroristas islâmicos e prédios altos.

É preciso lembrar que é importante sermos práticos e que tomemos atitudes tangíveis ao invés de teorizarmos sobre o conhecimento.

O problema está na estrutura de nossas mentes: não aprendemos leis, mas fatos, somente fatos. Não somos bons em assimilar metaleis, ou seja, temos uma tendência em não aprender regras.

O mundo no qual vivemos possui um número crescente de ciclos de retroalimentação, o que faz com que os eventos sejam causas de mais eventos, por exemplo, pessoas compram livros, porque outras pessoas também o compraram, resultando na geração de bolas-de-neve e efeitos do tipo “o vencedor leva tudo”. Vivemos em um ambiente onde a informação flui rápido demais, acelerando tais epidemias.

Mas existe uma questão mais profunda: nossas mentes são feitas para que? As evidências mostram que pensamos muito menos do que acreditamos – exceto, é claro, quando pensamos a respeito.

 

CONCLUSÃO 

Acontecimentos de baixa probabilidade de altos impactos, praticamente impossíveis de se prever, aos quais chamamos de Cisne Negro, são cada vez mais comuns.

Administrar o risco é diminuir o impacto daquilo que não entendemos, ao invés de criarmos técnicas sofisticadas que nos levam a ilusão de que podemos, sem ao menos considera o ambiente sócio-econômico.

Graças ao avanço tecnológico e a globalização, o mundo virou um sistema complexo, formado por uma trama enredada de relacionamentos e outros fatores interdependentes. Com a complexidade surgem não só Cisnes Negros, mas também cresce a dificuldade em prever muitas vezes acontecimentos ordinários.

Ao lidar com a gestão das incertezas é comum que se cometam os seguintes erros: tentativa de se prever eventos extremos; orientação baseada somente no passado, sem considerar uma visão prospectiva; considerar as boas práticas do que não se deve fazer; usar o desvio padrão como única forma de se calcular o risco; não entender que a equivalência matemática, não á e a mesma que a equivalência psicológica; e finalmente, acreditar que quando o assunto á eficiência não há espaço para a redundância.

  

Referências

- TALEB, Nassim Nicholas. A Lógica do Cisne Negro: O impacto do altamente improvável. 3ª Edição.Rio de Janeiro.Editora Best Seller,2009.

 

Robson de Oliveira Lemes

Formado em Adimistração de Empresas, com experiência de mais de 10 anos na área de Segurança Empresarial. Certificado de Especialista em Segurança pela ABSO, Especialista em Proteção Pessoal , pela Tees Brazil, MBS - Master Business Security pela FECAP e Brasilainos Associados. MBA em Gestão de Risco e Segurança Empresarial.

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