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Peixe de Fora

Não existe plano de emergência sem análise de riscos

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O título deste visa apenas ressaltar a incompetência dos gestores públicos e privados na gestão de situações de anormalidade.

Estamos falando dos acontecimentos que nós brasileiros jápassamos, entre eles enchentes e deslizamentos. Não estou aqui, para somente apontar que faltou estrutura e recursos, mas algo mais profundo, relacionado com conceito e processo estruturado de gestão e planejamento.  

 

Desastres no Brasil

Segundo a base de dados internacional sobre desastres da Universidade Católica de Louvain, Bélgica, entre 2000 e 2007 mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas por algum tipo de desastre natural no Brasil. Os dados também mostram que, para este mesmo período, ocorreram no país cerca de 36 grandes episódios de enchentes, secas, deslizamentos de terra e o prejuízo econômico gerado por esses eventos é estimado em mais de US$ 2,5 bilhões.

Avalia-se que, no Brasil, os desastres naturais mais comuns são as enchentes, a seca, a erosão e os escorregamentos ou deslizamentos de terra. Eles são responsáveis por um número elevado de perdas humanas e materiais todos os anos. Sim todos os anos!!

Pergunta:Há contingenciamento previsto? Por que sempre as autoridades são pegas de surpresa? Sempre será culpa da mãe natureza? Onde está a gestão de riscos?

 

Fases do Desastres

Segundo o Coronel do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Baptista de Araújo, em seu livro Administração de Desastres, a administração de desastres se analisa e estuda para fins práticos, de forma sistemática como uma sequência cíclica de etapas que se relacionam entre si, e que se agrupam por sua vez em três fases distintas: antes, durante e depois.

No gráfico abaixo poderemos visualizar suas fases com as ações a serem desenvolvidas.

A base de qualquer Plano de Resposta a Emergência consiste na elaboração de uma Análise de Riscos, a qual é uma forma de se antever cenários e de se definir as medidas a serem implementadas, quer em termos de convivência com o risco, prevenção (diminuir a chance de ocorrência), ou intervenção (ação emergencial de controle).

 

Conclusão

 

Os sistemas de respostas de emergência como um todo ainda não estão adaptados a situações de massa, pelos mais diversos fatores, tais como:  problemas de comando, coordenação e organização do local do evento, dificuldade de comunicações e de suporte logístico ao local do evento. Um bom exemplo do fato foi demonstrado no terremoto da Cidade do México em 1984, quando os veículos de socorro que primeiro chegavam aos locais, especialmente as ambulâncias, se viam impossibilitadas de sair, em virtude da chegada de novos socorros, causando um autêntico "engarrafamento de viaturas de socorro".

O cenário do grande acidente mais o estresse e as dificuldades para se gerenciar a nova situação fazem com que as condições de trabalho se transformem em quase caóticas. As condições de pressão, a existência de múltiplos intervenientes, a polícia, as companhias de gás, luz, limpeza, as autoridades presentes, a imprensa, etc... Exigem uma nova organização de socorro para esses casos. Por essa razão, a previsão das consequências, com suas respectivas extensões é o principal fator-chave de sucesso de um Plano de Resposta a Emergência.

A base dessa previsão é a Análise de Risco!! Infelizmente, ainda teremos inúmeros eventos sendo negligenciados pelos administradores públicos e privados, pela simples falta de operacionalização de processos estruturados de gestão de riscos.

Vamos torcer para que Deus seja brasileiro de fato!!

Última modificação emQuarta, 02 Dezembro 2015 15:02
Antonio C.Ribeiro Brasiliano

Doutor em Science et Ingénierie de L’Information et de L’Intelligence Stratégique ( Ciência e Engenharia da Informação e Inteligência Estratégica) pela UNIVERSITÉ EAST PARIS - MARNE LA VALLÉE – Paris – França; Master Degree - Diplome D´Etudes Approfondies (DEA) en Information Scientifique et Technique Veille Technologique (Inteligência Competitiva) pela UNIVERSITE TOULON – Toulon - França; Especializado em: Inteligência Competitiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Gestión da Seguridad Empresarial Internacional – Universidad Comillas – Espanha; Segurança Empresarial pela Universidad Pontifícia Comillas de Madrid – Espanha; Planejamento Empresarial, pela Fundação Getúlio Vargas - SP; Bacharel em Ciências Militares, graduado pela Academia Militar das Agulhas Negras; Bacharel em Administração de Empresas; Autor de vários livros Editor da Revista Proteger e Diretor Executivo da BRASILIANO & ASSOCIADOS.

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