Segurança Empresarial e Arquitetura
- Escrito por Carlos José Santana
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Após os atentados de Setembro de 2001 a segurança passou a ser uma preocupação não só aqui no Brasil, mas no mundo. E movimenta cerca de 10% (US$ 49 bilhões) do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB), que é soma de todas as riquezas produzidas pelo país.
Segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o custo da violência no Brasil em 2004, foi de R$ 92,2 bilhões, o que representou 5,09% do PIB, ou um valor per capita de R$ 519,40. Deste total, R$ 28,7 bilhões corresponderam a despesas efetuadas pelo setor público e R$ 60,3 bilhões foram associados aos custos do setor privado.
Em virtude do crescimento de mercado, da insegurança e a necessidade de profissionais mais qualificados, surgiram vários cursos voltados à segurança privada e empresarial em nível de tecnologia e pós-graduação.
Hoje o profissional que atua na gestão de riscos ou segurança privada tem que ter uma visão generalista e holística com uma formação pluralista, nas suas diversas áreas de conhecimentos ou atuação está na compreensão da influencia da arquitetura na segurança empresarial.
É obvio que o profissional de segurança, normalmente não tem formação em arquitetura, mas ele pode e deve ajudar o arquiteto na concepção de projetos arquitetônicos que valorizem também a questão da segurança e não somente a parte técnica, estética e outros tópicos relacionados a um projeto arquitetônico.
Segundo, Jane Jacobs,1961, Jornalista, autodidata, colaboradora e editora associada da revista Architectural Forum e esposa de um arquiteto:
1ª - deve haver a separação entre o espaço público e privado. O espaço público e o privado não podem misturar-se, como ocorre em subúrbios ou em conjuntos habitacionais.
2ª - devem existir olhos para a rua, daqueles que podemos chamar de proprietários naturais da rua. Os edifícios de uma rua devem ser preparados para receberem visitantes e garantir a segurança tanto deles quanto dos moradores. Eles não podem estar com os fundos ou um lado morto para a rua e deixá-la cega.
3ª - a calçada deve ter usuários transitando ininterruptamente,. para aumentar na rua o número de olhos (observadores)
O Arquiteto Oscar Newman, 1972 “Defensible Space Crime Prevention Through Urban Design”– CPTED, Tem como proposta de projeto:criação de espaços: Públicos (ruas), Semi-publicos (calçadas) , Semi-privados (páteos) e Privados (quintais) e a defesa de que o desenho arquitetônico e urbano podem inibir o crime
É sabido que desde os tempos das cavernas que o homem procura soluções para ser manter protegido dos seus inimigos, de intrusos ou das intempéries do tempo, observando-se a idade media nota-se as construções de castelos com barreiras naturais, a muralha da China e hoje em dia os condomínios horizontais e verticais cercados de vários aparatos de segurança que causam uma segregação urbana, causando apenas uma solução parcial na questão da insegurança que nos atingi direta ou indiretamente.
Cabe aos profissionais desse seguimento, em especial aos gestores, discutir métodos de planejamento dos projetos de segurança patrimonial, que intriguem os sistemas prediais ao sistema de segurança.
O projeto arquitetônico quando feito em conjunto com arquitetos, engenheiros, possibilitara a construção de uma edificação mais segura, inclusive reduzindo os custos de implantação de sistemas de Alames, CFTV, Controle de Acesso, etc, porque já houve um planejamento (Análise de Risco) das necessidades da construção, seja ela comercial, industrial, residencial ou publica, usando a arquitetura como uma forma a mais de inibir atos criminosos contra as pessoas e o patrimônio.
E com avaliação do custo/benefício da implantação, levando em consideração que a segurança não gera custo e sim investimentos que podem ser avaliados e justificados
Carlos José Santana
Especialista em Segurança Empresarial com Pós Graduação - MBA – Gestão em Segurança Empresarial, pela FECAP - Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado e Brasiliano & Associados, graduado em Desenho Industrial pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, com de 10 anos experiência na gestão das áreas operacionais, comerciais e técnicas de empresas de: Segurança Eletrônica, Segurança Privada, Monitoramento de Alarmes, Gerenciamento de Riscos e Rastreamento de Veículos, com larga experiência no atendimento aos segmentos do Varejo, Farmacêutico, Metalúrgico, Alimentício, Cigarros e outros.