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Matriz Cluster de Riscos - Ferramenta para a Prevenção de Perdas e Gestão de Riscos

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No mundo de incerteza em que vivemos, aprendemos a conviver com os riscos desde o momento de nossa concepção e mesmo sem o conhecimento teórico básico, aprendemos na prática a identificá-los e estabelecer critérios de convivência independente de sua concretização.

Nesse contexto podemos conceituar genericamente os riscos como acontecimentos e situações identificadas com previsibilidade de sofrer ou não interferências de variáveis internas e externas do ambiente em questão, cuja materialização tem como conseqüência um prejuízo, seja ele financeiro ou de qualquer natureza.

No mundo corporativo, gerenciar os riscos é uma regra básica de sobrevivência, competitividade e saúde financeira das empresas, independente do caráter regulatório imposto para determinados tipos de “industrias”, como exemplo as instituições financeiras.

Antonio Brasiliano conceitua Gerenciamento de Riscos como a função dentro do contexto empresarial, que visa a proteção dos recursos humanos, materiais e financeiros da empresa, quer através da eliminação, redução ou financiamento dos riscos, conforme seja financeiramente mais viável.

O desafio das empresas é o de implementar um programa de Gerenciamento de Riscos capaz de cobrir todos os perigos, rotas de fuga, vulnerabilidades e principalmente, reunir todas as variáveis internas e externas que influenciam na materialização dos riscos.

Pensando nessas possibilidades, criei a Matriz Cluster de Riscos, utilizada principalmente, para o gerenciamento de riscos de unidades de uma mesma empresa ou para ser utilizada como benchmarking para empresas com certo grau de similaridade.

A Análise Cluster é conhecida como classificação multivariada, é um conjunto de procedimentos que visa agrupar e discriminar grupos de indivíduos, regiões ou qualquer objeto. Estes agrupamentos ou CLUSTER são constituídos definindo-se critérios baseados em “distâncias”, que pode ser uma medida matemática de similaridade, geográfica, temporal, ou baseada em qualquer característica do objeto.

Para a Gestão de Riscos, esse critério de similaridade pode ocorrer com base na avaliação de algumas características compatíveis das unidades e/ou por critério de avaliação e cujo resultado deverá demonstrar o grupo do Cluster da unidade ou empresa.

Com isso, pode-se avaliar as varáveis das unidades dentro de um cluster e/ou comparar o comportamento das unidades de negócio de outros cluster’s.

Dessa forma, a Matriz Cluster de Riscos, deve estar muito bem formatada quanto aos objetivos e resultados esperados. Recomenda-se a construção de uma matriz geral com base nas similaridades das unidades de negócio e/ou grupo de clientes. A partir desse ponto, é fundamental a análise detalhada dos riscos, através da construção dessas matrizes para os casos mais relevantes.

Abaixo o procedimento para elaboração de uma Matriz Cluster de Riscos:
1) Definir quais os riscos relevantes em relação ao seu impacto de perdas.
Exemplo: Risco= Assalto / Impacto = Perda
Financeira

2) Identificar as variáveis pertinentes ao risco, extraídas dos levantamentos do ambiente interno e externo.
Exemplo:
1) Possui CFTV?
2) Unidade já foi assaltada anteriormente?
3) Possui monitoramento de alarme?
4) Onde fica localizada (Rua, shopping, periferia)?
5) Possui processos formalizados e colaboradores treinados?
6) etc,

3) Construir tabela de classificação de acordo com as variáveis em estudo e identificar o cluster da unidade.
A tabela de classificação deve ser construída a partir do histórico de informações, pela dimensão das variáveis e diversidade de características, estabelecendo níveis de acordo com a importância e representatividade de cada um.

Em seguida, deve ser atribuído a nota correspondente a unidade em análise.
No portal www.prevenirperdas.com.br , seção matérias e publicações / gestão de riscos, consta um modelo de Matriz Cluster de Riscos que pode ser baixado para membros cadastrados no portal.

4) Após o levantamento do Cluster de todas as unidades de negócio, deve ser elaborado a Matriz, com base nos resultados obtidos.
A Matriz possui quadrantes, divididos em cluster´s conforme abaixo:
Cluster A ( 75% a 100%) – Classificação Ótima
Cluster B ( 50% a 75%) – Classificação Boa
Cluster C ( 25% a 50%) – Classificação Ruim
Cluster D (0 a 25%) – Classificação Péssima

Cada classificação representa o nível de exposição ao risco estudado. De acordo com o resultado, podemos analisar pontos fortes e fracos das unidades, conhecendo as variáveis individuais de cada unidade e/ou cliente e implementar as melhores práticas.

As unidades cujo cluster´s estão posicionadas nos quadrantes “C” e “D”, merecem atenção especial com a implementação de medidas preventivas para mitigação dos riscos levando em consideração a relação custo x benefício da ação tomada em relação ao resultado esperado.

As unidades localizadas nos cluster´s “A” e “B”, devem ser monitoradas para que seu nível de risco se mantenha satisfatório. Também servirão de base para a implementação de boas práticas para as unidades localizadas nos cluster´s “C” e “D”.

A Matriz Cluster de Riscos dever ser elaborada e adaptada para tipo de negócio e tamanho da organização, pode ser elaborada com o foco específico de um risco e/ou para uma avaliação geral da unidade, contemplando outras variáveis genéricas além daquelas relacionadas a riscos.

Carlos Eduardo Santos

Executivo com mais de 20 anos de experiência no Varejo em Prevenção de Perdas, Auditoria, Gestão de Riscos, Segurança Empresarial, Compliance e Controles Internos;
Presidente da ABRAPPE - Associação Brasileira de Prevenção de Perdas;
Professor na Fundação do Instituto de Administração – FIA, PROVAR – Programa de Administração de Varejo e Fundação Dom Cabral;Autor do Livro : Manual de  Planejamento de Prevenção de  Perdas e Gestão de Riscos;
Co-Autor do Livro : Manual de Varejo no Brasil;
Foi Diretor e Executivo em grandes empresas varejistas como Walmart, Lojas Marisa e Lojas Brasileiras;
Criador do Portal Prevenir Perdas;
Graduação em Administração de Empresas e Ciências Jurídicas e MBA em Gestão de Riscos e Segurança Empresarial.Atualmente é Diretor de Prevenção de Perdas e Inovação na Tyco / Johnson Controls

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