A Importância da Formação do Profissional de Segurança Empresarial no Nível de Gestor
- Escrito por Antonio C.Ribeiro Brasiliano
- Publicado em Segurança Empresarial
- Lido 8786 vezes
- tamanho da fonte diminuir o tamanho da fonte aumentar o tamanho da fonte
- Imprimir
Fluência em uma língua estrangeira. Para quê? Afinal, a língua que falamos é o português.Ler livros, revistas e periódicos de segurança empresarial ou de formação profissional?
Perda de tempo, são só teorias e conceitos, não são nada práticos. Pensar e reavaliar conceitos/ Para quê? Eu só sigo as normativas da minha empresa, já vem prontas. Cursos de especialização, extensão universitária, reciclagem, congressos? Frescura eu não vou aprender nada. Escrever artigos. Para quê? Dar conhecimento para outros. Ficou maluco? Não sou relógio, não trabalho de graça!
Por incrível que possa parecer o parágrafo acima ainda é, infelizmente, o pensamento de muitos profissionais em segurança empresarial. Nossos pêsames para estes profissionais! São ótimos candidatos a engrossar as estatísticas de desempregados. A área da segurança empresarial como as diversas outras do mundo empresarial , ficou mais seletiva e exigente, exigindo do gerente de segurança uma visão holística e estratégica do contexto. O moderno homem da segurança empresarial necessita de metodologia consistente para administrar e gerenciar a área.
Desde 1996 a Brasiliano & Associados vem realizando pesquisa, com executivos em cargo de direção e presidência, para saber qual é a imagem do nosso setor e a intenção da criação de um nível de gerência estratégica. A última pesquisa realizada em 2004 obtivemos um hiato de 85% na vaga de gerência em segurança empresarial, ou seja só 15% das empresas possuem gerência. Isto significa que as áreas de segurança são gerenciadas pelo departamento de recursos humanos e ou administrativo financeiro.
O percentual acima pode ser interpretado de duas formas, uma otimista e a outra pessimista. A pessimista é que as empresas ainda não enxerga a área da segurança empresarial como um departamento de prevenção de riscos e ou de perdas, um departamento que possui uma relação custo benefício. Ou seja ainda não somos maduro!! As empresas ainda possuem uma idéia de que a segurança empresarial ainda é tratada de forma empírica, onde as soluções dadas e ou sugeridas são retiradas do famoso achotécnico.
A interpretação otimista é que existe uma grande oportunidade para os profissionais que querem entrar no setor. Ainda há uma janela aberta, dependendo só da qualificação e formação. Daí a importância do crescimento dos cursos com cunho acadêmico no nosso segmento. Podemos fazer uma retrospectiva e dizer que uma nova fase da segurança empresarial começou em 1997, ano que iniciou no Brasil a formação acadêmica do profissional em segurança, através do primeiro curso de extensão universitária, ministrada por uma Universidade. Neste caso de 1997 e 1998, foi uma Universidade espanhola, a Comillas de Madrid com o CURSO DE ALTA DIREÇÃO EM SEGURANÇA, então um curso de 200 horas aula. A partir de 1998, surgiu também o CURSO AVANÇADO EM SEGURANÇA, o MBS, realizado pela Fundação Escola e Comércio Álvares Penteado – de São Paulo, primeiro curso de cunho acadêmico brasileiro e adaptado de acordo com as características e necessidades do Brasil. De 1998 para 2007 muita evolução na formação do profissional aconteceu. Hoje temos um cardápio quase completo no ciclo acadêmico, tendo uma formação superior com os cursos de dois anos e pós graduação lato sensu, com cursos de especialização e MBA (Master in Business Administration). O que isto significa?
Significa que a área da segurança empresarial está amadurecendo e sofisticando, necessitando apenas do pleno emprego das ferramentas gerenciais que são passadas nos cursos. Este é o diferencial do profissional de segurança. Aplicar e adaptar as ferramentas gerenciais na área da segurança empresarial. Com isto podemos ser alçados a nível de departamento gerencial, onde a visão holística e estratégica é fundamental. Nestes tempos de globalização que o incerteza é a única certeza, que há necessidade de inovação constante, o profissional de segurança deve ter em mente que o treinamento e a leitura são investimentos no capital humano, instrumentos de lucro, de crescimento e vitalidade empresarial, pois só assim poderemos maximizar os resultados, minimizando os custos e otimizando os recursos humanos na área da segurança, tornando-a mais eficiente e eficaz.
Termino este pequeno depoimento, com uma citação de MAQUIAVEL, na esperança de que nossos companheiros e colegas do mercado de segurança empresarial, possam de fato e de direito, lutar pela maioridade dentro do contexto empresarial, tendo respeito e notoriedade, realizando planejamentos exequíveis, descendo do pedestal de que a área é imutável e o conhecimento inatingível, depurando deste modo nossa área da segurança empresarial:
"DEVE-SE TER EM MENTE QUE NÃO HÁ NADA MAIS DIFÍCIL DE EXECUTAR, NEM PROCESSO MAIS DUVIDOSO, NEM MAIS PERIGOSO DE CONDUZIR, DO QUE INICIAR UMA NOVA ORDEM DE COISAS".
Antonio C.Ribeiro Brasiliano
Doutor em Science et Ingénierie de L’Information et de L’Intelligence Stratégique ( Ciência e Engenharia da Informação e Inteligência Estratégica) pela UNIVERSITÉ EAST PARIS - MARNE LA VALLÉE – Paris – França; Master Degree - Diplome D´Etudes Approfondies (DEA) en Information Scientifique et Technique Veille Technologique (Inteligência Competitiva) pela UNIVERSITE TOULON – Toulon - França; Especializado em: Inteligência Competitiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Gestión da Seguridad Empresarial Internacional – Universidad Comillas – Espanha; Segurança Empresarial pela Universidad Pontifícia Comillas de Madrid – Espanha; Planejamento Empresarial, pela Fundação Getúlio Vargas - SP; Bacharel em Ciências Militares, graduado pela Academia Militar das Agulhas Negras; Bacharel em Administração de Empresas; Autor de vários livros Editor da Revista Proteger e Diretor Executivo da BRASILIANO & ASSOCIADOS.
Mais recentes de Antonio C.Ribeiro Brasiliano
- Não existe plano de emergência sem análise de riscos
- O mundo “VUCA” e a gestão de riscos: estamos preparados?
- Gestor de riscos necessita de cenários prospectivos para ter eficácia na sua gestão
- Visão de Prevenção em Riscos: Entendendo
- Metodologia para Elaboração de Metas de Redução de Perdas no Plano Diretor de Segurança