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Vigilante a Linha de Frente

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Sempre lemos artigos referentes a questões estratégicas e de uma abordagem mais macro sobre assuntos relacionados à segurança, hoje vamos falar um pouco sobre o operacional, quem de fato vai colocar em pratica todo e qualquer procedimento ou norma de segurança, que são os vigilantes neste caso.

Sejam eles de empresas especializadas ou segurança orgânica.

O numero de vigilantes no Brasil segundo SEEVISSP – Sindicatos dos Empregados em Empresas de Vigilância e Similares do Estado de São Paulo, é de cerca 330 mil (estimativa), o número de clandestinos é de 600 mil (estimativa), empresas clandestinas 4500 (estimativa), mais que todo o efetivo das policias estaduais e federal.

Algumas empresas contratam serviços de segurança visando somente o menor preço, muitas vezes iludidas com portifólios, sites, materiais de propaganda bem elaborados. Acabam utilizando destes serviços clandestinos, onde muitas vezes estes profissionais não possuem mínimas condições necessárias para exercer o seu trabalho.

Mas lamento que o profissional que está na linha de frente, que é o Vigilante, seja homem ou mulher, não seja valorizado. Temos milhares de mulheres trabalhando no setor, em muitos casos, exercendo sua atividade profissional em condições inadequadas.

É difícil de acreditar que o profissional responsável em zelar pela segurança patrimonial e das pessoas, não seja ouvido pelas empresas de segurança e nem pelos profissionais que labutam no seguimento.

Em razão de sua carga horária, não conseguem fazer cursos de atualização e treinamento, que contribuiriam muito na melhora qualidade dos seus serviços.

A reciclagem obrigatória só ocorre a cada dois anos, um período muito longo dentro do cenário atual, onde o crime organizado está sempre se atualizando.

Muitas vezes as empresas acabam não ministrando treinamento a seus funcionários, por uma questão de custo, em um seguimento onde é grande a concorrência e ainda existem as empresas clandestinas.

Falando um pouco da parte estratégica, ou seja, da gestão de segurança e da importância de utilização de metodologias para quantificar, qualificar e mapear os riscos, o surgimento de vários cursos de graduação e pós-graduação na área de segurança, veio em ótima hora para qualificar os profissionais, num seguimento onde temos excelentes gestores.

Mas não podemos nos esquecer do vigilante que é a linha de frente em qualquer projeto de segurança, é ele que vai bater de frente com os criminosos em uma tentativa de invasão a empresa, em um roubo a carro forte entre outros.

É obvio que muitas empresas que investem em segurança procuram minimizar custos com a contratação de vigilantes, mas a questão não está na quantidade, mas sim na qualidade dos serviços prestados.

O importante é qualificar este profissional constantemente. Sabemos que a baixa qualificação e pouca escolaridade é questão grave, muitos treinamentos mirabolantes, mágicos, que aparecem como solução, acabam sendo somente modismo e despesa, porque não correspondem à realidade do vigilante e de nosso pais.

Por este motivo devemos procurar qualificar mais os profissionais, com cursos, treinamentos adequados a realidade das empresas, mas muitas vezes esbarramos na legislação vigente, que nem sempre prioriza o seguimento de segurança privada.

Não podemos deixar de avaliar as condições de trabalho dadas aos vigilantes (in loco), se elas são adequadas como: fardamento, alimentação, guarita, supervisão, equipamentos em bom estado, rádios, armamento, etc.

Se existe sistema de segurança eletrônica (CFTV, Alarmes, Proteção Perimental) no caso de sinistro ou ameaça, o vigilante sabe o que fazer...(?), existem procedimentos de segurança.

É comum a imprensa noticiar sobre roubos em empresas, invasão em condomínios, e invasão até em empresas de segurança....(?), e recentemente em centro de treinamento de tiro ... (?), nestes casos muitas vezes uma pequena solução como um passa volume, em alguns casos investimento maior em sistemas eletrônicos de segurança, implantação e cumprimento de normas e procedimentos de segurança, poderiam dificultar a ação dos criminosos. Ai me pergunto será que o vigilante que estava no local foi consultado, se as condições de trabalho oferecidas a ele eram adequadas para lhe garantir primeiro a sua segurança e posterior à segurança do bem a qual ele está designado.

Cabe aos gestores de segurança, uma avaliação contínua do cenário atual, no que se refere principalmente ao crime organizado, quando se identifica uma ação mais forte de repressão por parte do estado ou maiores investimentos da iniciativa privada, eles (crime organizado) migram para outra modalidade de crime.

Procurando praticar outros tipos de delitos mais rentáveis onde a segurança publica ou privada, é menos presente.

Muitas empresas oferecem condições adequadas de trabalho aos seus vigilantes, por tanto cabe aos gestores ou responsáveis pela área de segurança, solicitar das empresas todas as documentações necessárias, verificar in loco a Base Operacional das empresas, se elas realmente fornecem o apoio necessário aos vigilantes, antes de contratar os serviços de Segurança Privada, seguir as orientações dos Sindicatos Patronais, de Trabalhadores e da Policia Federal.

E após a contratação, avaliar constantemente os serviços ora contratados, exigir treinamentos periódicos e ouvir o nosso amigo vigilante, que muitas vezes pode contribuir com uma solução simples para resolver certos problemas, mas não é questionado.

Carlos José Santana

Especialista em Segurança Empresarial com Pós Graduação - MBA – Gestão em Segurança Empresarial, pela FECAP - Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado e Brasiliano & Associados, graduado em Desenho Industrial pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, com de 10 anos experiência na gestão das áreas operacionais, comerciais e técnicas de empresas de: Segurança Eletrônica, Segurança Privada, Monitoramento de Alarmes, Gerenciamento de Riscos e Rastreamento de Veículos, com larga experiência no atendimento aos segmentos do Varejo, Farmacêutico, Metalúrgico, Alimentício, Cigarros e outros.

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