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Cases de Sucesso

O Varejo e a Origem das Perdas

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Trataremos de um assunto que preocupa grande parte dos empresários varejistas: as Perdas. Por isso, acredito que a grande preocupação dos empresários e administradores do ramo varejista deva ser com as perdas em sua totalidade, não apenas com um dos seus detalhes, exemplo o assalto (roubo).

No Brasil não existia muita preocupação com relação às perdas na atividade varejista, tornando difícil a obtenção de dados nesse campo. Hoje a prevenção de perdas já é tratada como uma arte, como uma orientação aos empresários, pois, através dos resultados obtidos, eles terão condições de tomar uma melhor decisão estratégica A metodologia ainda é pautada em ações de correção, através de Análise de Riscos e o mapeamento das causas, onde se demonstra que, se algo não for feito, as pequenas perdas poderão se tornar grandes perdas corporativas, desequilibrando a estrutura organizacional no desenvolvimento de seu processo produtivo. Ou seja, os riscos não tratados na causa poderão ser maiores do que a organização pode suportar. As perdas no varejo precisam ser combatidas sob todas as formas, pois são elas as reais causas geradoras de vultosos prejuízos ao setor varejista.
Na fase atual da prevenção de perdas no Brasil, é importante apontar a evolução das padronizações das formas de mensuração e apuração das perdas. Hoje, o varejo brasileiro adota os conceitos empregados no Provar (Programa de Administração do Varejo) órgão ligado a FIA (Fundação Instituto de Administração) que, desde 1998, realiza pesquisas e desenvolvimentos sobre o tema, inclusive com a participação de empresas mantenedoras ao projeto.
Existem várias formas de realizar um programa de prevenção de perdas. Pode-se implantá-lo com a ajuda de uma consultoria externa, apenas com recursos internos, ou ainda pela combinação de ambas.
Hoje em dia, conforme aponta a 7ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro existe um percentual grande de empresas do Varejo já com um departamento de Prevenção de Perdas totalmente estruturado. O processo de análise de dados foi realizado pelo GPP/Provar-FIA e pelo Canal Varejo, em parceria com a ABRAS, a ABF e a Nielsen no levantamento dos dados.
E foi apontado que em 2006, a Quebra Operacional representou a principal causa de perdas no varejo (25% em 2005). Foi apurada queda de 2 pontos percentuais na participação do Furto Interno. No entanto, houve crescimento de 6 pontos percentuais no Furto Externo. Assim, a participação dos Furtos Interno e Externo, que somados representaram 50,5% das causas das perdas em 2006, superou os 37% apurados em 2005. A prevenção de perdas inicia-se na identificação do valor e das origens das perdas. A partir da apuração de indicadores de perdas, torna-se possível traçar metas de redução das perdas e, conseqüentemente, definir o montante a ser investido nos métodos para a sua prevenção. É fundamental que o orçamento de prevenção de perdas seja inferior ao ganho estimado para a empresa.
Os investimentos para a redução e a prevenção das perdas envolvem: melhoria de processos, tecnologia (ex.: sistemas de informação ou equipamentos) e o envolvimento das pessoas.
Ampliando a idéia tradicional de perda, os pesquisadores do PROVAR têm trabalhado com uma proposta de conceito, onde perda é todo lucro ou resultado não alcançado por motivo de: extravio, desperdício, quebra ou administração ineficiente, ou seja, perda é toda redução não planejada dos ativos da empresa. Este conceito, porém, refere-se às perdas financeiras e operacionais, podendo, em uma visão mais abrangente, ser estendido às perdas chamadas estratégicas.
A Prevenção de Perdas oferece ao varejista a oportunidade de elevação da margem líquida do negócio, a partir de ações efetivas que contribuam para a redução do nível de perdas e de quebras de produtos. Atuando, principalmente, na redução das diferenças entre inventário físico e contábil e das fraudes de caixa no PDV, a Prevenção de Perdas tem como pilares a informação, a tecnologia e os processos. Após a obtenção das informações chegou-se as principais causas das reais perdas em empresas do varejo, aos quais se devem dar total atenção:
• furto interno (ações cometidas por funcionários, colaboradores ou equipe terceirizada); (25,8%)
• furto externo (ações realizadas por clientes ou fornecedores); (24,7%)
• fraudes internas e de terceiros; • erros administrativos (falhas de processos que causam distorções. Exemplo: erros no registro das notas fiscais de entrada de mercadorias); (12,4%)
• quebras operacionais (referentes a produtos danificados ou inadequados para a venda ao consumidor final. Exemplo: embalagem amassada, produtos vencidos, etc.); (25,9%)
• financeiras (roubo no ponto de venda ou no transporte de valores, trocas, diferença de caixa, fraudes de cartões de crédito e cheques, inadimplências).
• Outros ajustes (RH, Contratação de próprios e terceiros).
Aprendemos que PERDAS é o resultado da diferença entre o estoque contábil e o físico, apurados pela equipe de inventário durante a contagem física de mercadorias.
Porem as perdas operacionais e financeiras (fraudes) ocorrem por diversos fatores, internos e/ou externos. A falta de um controle rigoroso facilita reduções indesejadas de ativos, bem como, o mau planejamento do fluxo de caixa, atrasos em pagamentos, falta de pesquisa para crédito e aplicações.
Nesse ambiente agressivo, a busca por eficiência e diferenciais competitivos são preocupações constantes e melhores resultados podem ser alcançados com aumento das vendas e a redução de gastos e perdas.

Paulo Cesar dos Reis

Paulo Cesar dos Reis é Especialista em Prevenção de Perdas e Segurança Empresarial, Diretor Financeiro da ASIS (American Society For Industrial Security) Chapter Brasil – www.asisbrasil.org.br, Diretor do Comitê de Prevenção de Perdas da ABSEG (Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança, www.abseg.com.br, CES – Certificado de Especialista em Segurança pela ABSO (Associação Brasileira dos Profissionais em Segurança Orgânica) – www.abso.org.br, Pertence ao Comitê de Prevenção de Perdas do PPBR – Profissionais de Prevenção de Perdas e Gestão de Risco – www.ppbr.com.br, Curso Superior em Segurança Patrimonial e Pessoal pela UNIMONTE, MBS - Master Business Security pela FECAP e Brasiliano Associados.

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