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Blog Prof. Carlos

CENÁRIOS DE RISCOS NA PREVENÇÃO DE PERDAS NO VAREJO

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O varejo com o passar dos anos vem crescendo e seus resultados acompanham a economia no Brasil. Todo esse desenvolvimento impulsionou estudos que analisem os riscos, a fim de administrá-los para que o resultado econômico não seja afetado.

O varejo, por fazer parte de um importante setor econômico, vem contabilizando altas perdas de produtos em seus resultados. Então a área começou a desenvolver campos especializados na prevenção de perdas, que analisem os riscos e vulnerabilidades sensíveis às empresas, para poder desenvolverem assim métodos que atendam essas necessidades.

 

2 OBJETIVO

Transmitir a novidade no processo de análise de risco e prevenção de perdas para as empresas do ramo do varejo.

 

3 DESENVOLVIMENTO

O varejo é uma importante atividade de troca de produtos e bens de consumo que são comercializados em uma estrutura econômica. Ele começou no Brasil com mais força apenas na segunda metade do século XIX, existia até então a figura do vendedor de porta em porta.

 

Com a Proclamação da Republica surgiram inúmeras companhias de navegação a vapor, administradoras de seguros e fábricas que juntas produziam tecidos, cervejas, cigarros, sabão e chapéus. A crescente urbanização modificou as estruturas das cidades e então surgiu uma forma mais organizada do comércio. É nesse momento que o varejo começa a reproduzir os produtos que já possuíam fama no mercado da Europa. Algumas lojas e redes começam a surgir neste período, alavancando o desenvolvimento do varejo no Brasil.

 

A partir da década de 50, um novo dinamismo é dado ao varejo brasileiro pela inauguração de lojas de departamentos de grande porte como o Mappin e a Mesbla. Na década de 60 começaram a surgir os primeiros shoppings centers, com isso na década de 70 ampliou-se o cenário do varejo no país. Assim a economia cresceu e novas formas de mercado ganharam espaço, na década de 80 os varejistas se especializaram nos segmentos alimentícios, eletrônicos e de vestuário gerando novas marcas e estabelecimentos.

 

Dentro da história no varejo brasileiro, algumas empresas de maior porte foram fundamentais para o seu desenvolvimento, são elas:

    Supermercado Sirva-se – fundado em 1953 na cidade de São Paulo.
    Mappin – fundada 1969, em São Paulo.
    Mesbla – fundada em 1950 nas principais cidades do Brasil.
    Grupo Pão de Açúcar – fundado em 1948.
    Casas Bahia – fundada em 1952, em São Caetano do Sul.

 

Dos antigos mascates, empórios e mercearias do século passado, ao grande centro de compras como hipermercados e lojas dos dias de hoje, o varejo no Brasil evoluiu bastante e tornou-se um dos mais importantes setores econômicos do país.

 

O consumidor final tem papel importante em todo este cenário, pois a cada dia aumentam suas possibilidades de compra, como também as redes varejistas fornecem mais produtos e serviços. Com este crescimento, as empresas se preocupam em atender melhor o cliente e com as eventuais perdas que ocorrem, existe uma interferência no resultado final de cada loja.

 

Nos últimos anos houve um aumento da oferta de bens de consumo e também no índice de perdas, com isso surgiu à política de Gestão de Risco, que tem como principal objetivo conhecer e apontar os riscos internos e externos aos quais as empresas podem estar expostas. Com isso podemos implantar uma política de Prevenção de Perdas que por sua vez atende a diminuição das perdas e aumento do lucro.

 

A politica e área de Gestão de Risco são baseadas em princípios e praticas gerencial de segurança, para tomada de decisão estratégica. Sabemos que todas as empresas apresentam uma vulnerabilidade podendo produzir um impacto negativo, contudo isto pode ser explorado. O papel da gestão de risco é quantificar e identificar os riscos.

 

Dentro deste aspecto há vários papéis na empresa, a saber:

    Papel Orientativo.
    Papel Educativo.
    Papel Administrativo.

 

Esta organização deve acompanhar o diagrama de todos os ambientes como:

    Perimetral.
    Condominial.
    Corporativa.
    Patrimonial.
    Pessoal.

 

É importante ressaltar que diante destes aspectos a Gestão de Risco deve seguir as seguintes posturas:

    Aceitar o risco.
    Evitar o risco.
    Minimizar o risco.
    Desviar/transferir o risco.

 

Com base nestes estudos e utilizando a Norma ISO 31000 que vem com o desafio de integrar os diferentes conceitos da Gestão de Riscos. A norma foi desenvolvida por meio de uma comissão especial da ISO, atendendo à necessidade de harmonizar os padrões, regulamentações e frameworks. A norma tem como objetivo fornecer uma diretriz para implementação na gestão de riscos de qualquer tipo, tamanho ou área em empresas.

 

A ISO 31000 pode estar relacionada com varias atividades da organização, desde que as iniciativas estratégicas estejam de acordo com as atividades operacionais.

 

A normativa possui um diagrama da seguinte maneira:

    Mandato e Comprometimento.
    Concepção da estrutura para gerenciar riscos, sendo:

    Entendimento da organização e seu contexto;
    Estabelecimento da política de gestão de riscos;
    Responsabilidades;
    Integração nos processos organizacionais;
    Recursos;
    Estabelecimento de mecanismos de comunicação e reporte internos e externos.

    Implementação da gestão de risco, onde:

    Na estrutura para gerenciar riscos;
    No processo de gestão de riscos.

    Monitoramento e análise crítica da estrutura.
    Melhoria continua da estrutura.

 

No processo de melhoria continua, o diagrama entra em um ciclo que demonstra um estudo nas áreas de acordo com a implementação das analises de risco, pois por preparar a empresa para os determinas riscos, novos surgem, por isso o ciclo continuo. A normativa também possui um processo a ser seguido, onde:

    Estabelecimento do contexto, que se comunica com:
    Processo de avaliação de risco, onde são estudados:

    Identificação de riscos;
    Análise de riscos;
    Avaliação de riscos; e
    Tratamento de riscos.

    Após isso é realizado um Monitoramento e análise crítica, voltando para o Estabelecimento do contexto.
    Todo o processo é realizado um feedback com a Comunicação e Consulta e o Monitoramento e análise crítica, pois desta forma a empresa estará alinhada com a real situação, podendo ser tratado de imediato ou após uma reunião entre áreas (dependerá muito do risco que foi constatado).

 

A ISO 31000 com seu grande desafio, entrou para estabelecer em uma linguagem comum, bem como em padronizar as melhorias praticas e abordagens para que as organizações pudessem implementar a gestão de risco em seus processos.

 

Com base nas metodologias podemos realizar um estudo para analisar os riscos que uma empresa possui e por meio disto podemos tomar as decisões no momento mais preciso. O processo neste estudo para ser analisado segue o escopo:

 

Fatos Portadores de Futuro: É um fato concreto, comprovadamente ocorrido, ou em curso, não comportando, portanto, juízos de valor a respeito da comprovação de sua ocorrência.

 

Eventos Futuros e Risco: São fenômenos que poderão ou não ocorrer dentro de uma determinada moldura de tempo e apontando o risco que o Fator Portador de Futuro oferece para empresa, no final tem o objetivo de quantificar as possibilidades e impacto de cada um dos riscos, podendo demonstrar a conseqüência de um ou mais fatos portadores de futuro.

 

Atores: são áreas/sites/departamentos/setores que a empresa possui ao qual tem prioridades para que realize suas funções certificando que o cenário previsto não ocorra ou se ocorrer que o impacto seja o mínimo previsto.

 

Definir cada risco: convém que uma organização empresarial defina os critérios a serem utilizados para avaliar a significância de cada risco.

 

Diagrama de Causa e Efeito: esta é uma ferramenta que serve para identificar as causas (problemas) e o efeito (resultado final), criado em 1953 pelo professor Karou Ishikawa.

 

SWOT (FOFA): o SWOT trata-se de uma ferramenta utilizada para examinar uma empresa e os fatores que afetam seu funcionamento. Este é o primeiro estágio de planejamento, o que ajuda o empresário focar nos pontos principais da empresa. A sigla SWOT representa a primeira letra das palavras, em inglês: Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats (Pontos Fortes, Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças). Os Pontos fracos e fortes são fatores internos da empresa. Oportunidades e Ameaças são fatores externos.

 

Levantamento Probabilidade do Risco: é o resultado da freqüência que o risco ocorre.

 

Levantamento Impacto do Risco: é projetar todas as conseqüências possíveis que podem afetar a empresa seja na imagem, financeira, legislativo e operacional.

 

Matriz de Risco: nesta fase estabelece critérios para os dois parâmetros universais (Probabilidade x Impacto). Os critérios para os dois parâmetros são de suma importância para a elaboração do estudo de análise de riscos. O Cruzamento destes dois parâmetros tem como resultado uma Matriz de Riscos.

 

Classificação dos Atores: tem a função de classificar os atores que fazem parte da empresa que tem suas funções a serem exercidas, porém não realizando corretamente oferece um risco.

 

Matriz Impacto Cruzado do Risco: adaptada para avaliar a influencia de cada risco que o Fator Portador de Futuro gerou. A classificação de cada risco deve ser cruzada com uma analise critica sobre o que cada um influencia no outro cada resultado gera no final um gráfico que demonstra o risco que possui uma ligação motriz, dependente ou independente.

 

Classificação dos Riscos: é o momento em que identificamos os perigos que apresenta com isso a empresa deve definir o conceito a ser adotado por cada risco separadamente, ou seja, é como um dicionário de risco para que no momento possamos administrar seus riscos fazendo com que preserve a imagem da empresa.

 

Motricidade dos Atores: tem como objetivo montar um conceito que demonstra o papel fundamental de cada ator de acordo com sua motricidade do risco, sendo assim atendendo as necessidades fundamentais que uma empresa precisa fazer diante do seu determinado risco.

 

Modelagem dos Cenários de Risco: montar e ampliar o horizonte em que a empresa atual possui os riscos identificados, a estrutura de um cenário é fundamental para que a mesma possa ter uma infra-estrutura, treinamentos, normas e procedimentos que possam atender nos casos em que ocorrer um determinado risco.

 

Cenários de Risco: com opção pela lógica intuitiva criamos um parâmetro básico diante do que é apresentado e o que pode ser gerado diante destes cenários, e com informações adicionais podemos prever se o risco irá aumentar, manter ou diminuir. Tudo depende das condições que o ambiente nos fornece.

 

Plano de Ação: é o tratamento dos riscos, ou seja, qual será a resposta que a empresa terá que operacionalizar com as seguintes respostas aceitar, reter, reduzir, transferir, explorar ou evitar. Desenvolver e implementar um plano especifico de gerenciamento o qual inclui consideração de provimento de fundos. O Plano de Ação é o conjunto de medidas organizacional, sistemas técnicos de prevenção e monitoramento, recursos humanos que gerenciarão os riscos. Sendo elaborado com base nos Fatores de Riscos visando mitigar e diminuir as probabilidades dos riscos.

 

Conclusão do Estudo de Caso: após toda a realização do estudo do cenário que apresentou seus riscos demonstrando a probabilidade e o impacto que cada um oferece, gerando assim uma matriz com seu resultado e também o ator que devem exercer suas funções de acordo com as normas e procedimentos que foram atualizadas de acordo com cenário apontado em seu determinado período.

 

Definições dos riscos que normalmente ocorrem nas empresas são:

 

    Furto Interno: são ações que ocorrem com os próprios colaboradores que exercem a função normalmente de atender a loja, mas também usufruem da confiança e furtam produtos que seriam utilizados para venda.

 

    Furto Externo: são ações que ocorrem com pessoas que entram nas lojas como cliente, porem com o objetivo de subtrair produtos sem realizar o pagamento do mesmo e sem fazer mal a terceiros. Muitas vezes são ações realizadas por uma única pessoa ou por uma quadrilha que se especializa neste tipo de assunto.

 

    Assaltos: são ações que ocorrem com pessoas que entram nas lojas como cliente, porem com o objetivo que subtrair produtos sem realizar o pagamento do mesmo e infelizmente podendo fazer mal a terceiros. Muitas vezes são ações realizadas por uma única pessoa ou por uma quadrilha que se especializa neste tipo de assunto.

 

    Fraude: são ações que os próprios colaboradores realizam para poder manipular resultados da Loja e assim ganharem os prêmios por metas.

 

    Vazamento de Informação: são ações que os colaboradores exercem (sem querer, ou de má fé), esta ação sempre ocasiona uma perda para empresa, e muitas vezes a má imagem que acaba sendo transparecido para a mídia.

 

No estudo de Cenário de Risco na Prevenção de Perdas, percebe-se que é fundamental para qualquer empresa varejista analisar qual é sua estimativa de perda aceitável. Mesmo investindo em metodologias, tecnologias e treinamentos, que trazem os recursos necessários às boas práticas administrativas, e com colaboradores aptos para trabalhar de forma preventiva, ainda assim, sempre existirá algum fator gerador de perdas.

 

O Cenário de Risco na Prevenção de Perdas no Varejo tem como objetivo melhorar os resultados de perdas, que mesmo apresentando de forma negativa, devem ser analisados com cautela a fim de ajudarem nos resultados finais. Com isso as empresas estão munidas de dados importantes para realizar reuniões, tomarem decisões e acompanharem a evolução dos seus negócios. E dentro do varejo, mesmo entre empresas comercialmente concorrentes, esta troca de dados e índices sobre perdas fazem com que todo o varejo ganhe. Pois o objetivo de todas as empresas é igual: a evolução de suas tecnologias, o treinamento de seus colaboradores e o combate à criminalidade visando à prevenção de perdas.

 

4 CONCLUSÃO

Percebemos a importância de estudar Cenários de Risco na Prevenção de Perdas, tornando-se fundamental para que uma rede de varejo possa realizar suas tarefas obtendo sempre o melhor lucro com o mínimo de prejuízo.

 

Podemos observar que o principal meio que cada empresa deve utilizar para obter o melhor resultado esta na sua cultura organizacional junto aos colaboradores, mostrando que no mundo em que vivemos hoje não é somente vender para se obter o lucro liquido, mas sim realizar as vendas com o mínimo de perda para gerar o melhor resultado no final.

 

Com o estudo de cenários de risco visualizamos que há muito trabalho a ser realizado, até mesmo porque é uma área que está começando a se desenvolver nas empresas e com isso exigira mais estudos para que se crie uma metodologia que possa atender toda uma rede de varejo, pois sabemos que cada empresa trabalha de maneira diferente quando se trata de varejo, porém devemos sempre nos lembrar que o objetivo é o mesmo o lucro.

 

Acreditamos que com o passar dos tempos as empresas que possuírem uma área de Prevenção de Perda conseguirão crescer cada vez mais, não somente na economia, como também com a imagem que a mídia transmite dela. Com setores que atuam para manter a boa imagem e outros para realizarem o trabalho de engrandecer esta mesma imagem, faz com que qualquer empresa no ramo do varejo somente cresça e se desenvolva cada vez mais.

Renato Vial Polidori

Especializado em Gestão de Riscos e Segurança Empresarial – Master Business in Administration – MBA pela Faculdade FAPI – Faculdade de Administração de São Paulo e Brasiliano & Associados; Graduado em Gestão de Planejamento em Marketing e Web Designer pela UNIB – Universidade Ibirapuera; Graduando em Administração pela UNIFAI – Centro Universitário Assunção; Curso de Extensão em Análise de Riscos Corporativos alinhado a ISO 31000; Possuo mais de 06 anos de experiência em Implantação de Processos e Projetos de Gestão de Riscos, Segurança Empresarial, Gestão de Continuidade de Negócios, Gestão de Projetos e Administração de Negócios, Análise dos Resultados de Inventários de Estoque para apresentar o Plano de Ação foca em Prevenção de Perdas, Auditoria nas áreas administrativas das lojas; Gestão em novos sistemas para controle e administração, Criação e implantação de sistemas automáticos para administração e controle de projetos e ocorrências da empresa para gestão de risco e segurança empresarial, utilizando o Microsoft Excel; Elaboração de Plano Diretor de Gestão de Risco; Plano de Continuidade de Negócios – Business Continuity Plan; BIA – Business Impact Analysis; Análise de Riscos Corporativos; Projeto Integrado de Segurança; Plano Tático e Operacional; Plano de Contingência; Plano de Crise; Confecção de Editais; Elaboração de Cenários Prospectivos de segurança. Parecer Técnicos de sistemas de segurança eletrônico: Campanhas de sensibilização de segurança, Fraudes, Segurança da Informação, Continuidade de Negócio; Atualmente exerce a função de Consultor na Brasiliano & Associados Gestão de Riscos Corporativos. Dono do Blog: http://planogrcn.wordpress.com/

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