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COMO GARANTIR A SAÚDE DO NEGÓCIO

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A maior conta de uma empresa varejista é a compra de produtos para revenda, que possui variações significativas dependendo do segmento, como os respectivos percentuais sobre o faturamento: supermercados, 75%; atacados: 88%; magazine: 65%, entre outros.

O objetivo da prevenção de perdas, portanto, é garantir a saúde deste processo por meio da implemntação e monitoramento de indicadores ao longo de toda cadeia de abastecimento, identificando oportunidades e desenvolvendo soluções conjuntas com a operação.

Para um varejista obter resultados em seu negócio é de fundamental importância garantir um processo de gestão de estoque saudável em toda a sua cadeia de abastecimento que inicia-se na decisão de compra, passando pelo recebimento, distribuição, armazenagem, produção (no caso de transformações em loja), exposição e venda para o cliente final.

 

Quando um varejista toma a decisão de iniciar um processo de controle de perdas por meio de indicadores básicos como os inventários e os controles de avarias, encontramos números de perdas extremamente altos que refletem não apenas a perda efetiva existente como também, o descontrole e ingerência de seus estoques. Esses números podem chegar a 4,5 % sobre o seu faturamento, já identificado inúmeras vezes no segmento supermercadista, ou mais, como já identificamos no segmento de moda direcionada.

 

Vale ressaltar que a distorção de estoque é tão nociva quanto a própria perda, pois fazem com que erros de tomada de decisão ocorram em toda cadeia de abastecimento, podendo resultar em: aumento do estoque da empresa - complicações no fluxo de caixa; ruptura de produtos - perda de vendas; perdas por excesso de mercadorias; aumento do estresse operacional e desvios internos pelo descontrole de estoques.

 

Quando identificado, o primeiro passo é garantir a eficiência de todos os processos críticos de gestão de estoques. A seguir ressaltamos alguns deles:

• Cadastro de produtos (a raiz de muitas soluções e problemas)

• Recebimento de mercadorias CD e, principalmente, loja

• Distribuição

• Transferências entre lojas

• Movimentações internas, entre setores (frios, açougue, FLV)

• Rendimento (açougue: setor mais afetado)

• Transformação de produtos (padaria)

• Frente de Caixa

• Criação de indicadores e controles em toda a cadeia de abastecimento (simples e eficazes, não podemos complicar, muito menos travar os processos)

 

Os estudos e indicadores de prevenção de perdas que existem, atualmente, no Brasil e no mundo são de extrema importância e refletem a realidade de empresas que já desenvolvem prevenção de perdas há bastante tempo, e, sua maturidade em gerenciamento de estoques é superior à média de mercado. Porém a realidade da maioria dos varejistas não é a mesma. Quando estudos apontam que a média de perdas no mercado brasileiro é de 1,9%, devemos entender que isto vem a ser a média dos que já praticam prevenção de perdas no segmento supermercadista.

 

A perda está intimamente ligada com os quatro pilares de sustentação de um negócio:

- Processo - Gestão de estoques e padrões operacionais

- Pessoas - Formação e transformação cultural

- Tecnologia - O quão eficiente é o seu Sistema de Gestão de Estoques

- Infraestrutura - Quais as condições operacionais existentes dentro do negócio

 

Prefiro traçar estimativas através do nível de maturidade de gerenciamento de estoques, sendo assim:

• O primeiro grande desafio é compreender que prevenção de perdas não se faz com a criação de um departamento, mas sim com a conscientização e trabalho de todos os colaboradores da organização. Garantir informação para todos é premissa para o sucesso

• Prevenção de Perdas não se faz isoladamente, para garantir resultados de ponta, o varejista deve possuir um sistema de gestão empresarial (ERP - Enterprise Resouce Planning) alinhado a suas necessidades e garantir uma plena gestão de estoques.

• Outro grande desafio é conseguir implantar um departamento que consiga unir ações de campo com análises de informação

 

TREINAMENTO PARA MELHORIA DA GESTÃO DE PREVENÇÃO DE PERDAS

Alicerçando todo contexto é importante garantir um processo de treinamento e

formação constante. Este é um dos pontos mais críticos, pois trata-se de um ato contínuo e interminável, pois o turn-over do varejo é inerente ao negócio e contê-lo é vital.

 

Para garantir o envolvimento de todos os colaboradores da empresa, costuma-se juntamente com a criação do Departamento de Prevenção realizar uma campanha de comunicação interna que faça com que as pessoas se sintam envolvidas e motivadas a compartilhar dos mesmos objetivos da empresa, criando uma “identidade” com o propósito da prevenção de perdas.

 

Em paralelo a essa ação é necessário disponibilizar ferramentas de trabalho que possibilitem à equipe de prevenção gerar as informações necessárias à tomada de decisão. Neste ponto o ERP é de suma importância, e caso ele não tenha os relatórios prontos. Para conduzir esse processo de mudança e superar as resistências naturais intrínsecas a qualquer projeto deste porte, necessitamos de um Gerente de Prevenção de Perdas que consiga unir ações de campo e análises de informação.

 

Quando desenvolvemos internamente uma equipe de prevenção de perdas (PP) focada na gestão de estoques certamente esta confere ao varejo inúmeros pontos de melhorias, dentre eles, a redução de rupturas nas lojas e como foco maior a saúde de seus estoques, como também, em uma etapa mais avançada, modificações do horário de abertura/fechamento, layouts de lojas e produções mais adequadas à realidade da cada unidade de negócio.

 

Por muitas vezes percebemos claramente que o problema de perdas dentro de um setor ou loja está ligado diretamente às estratégias de vendas e modelos operacionais. A consequência são resultados melhores e significativos aumentos de vendas, onde já registramos até 25% no aumento de vendas geral de uma loja e em se tratando de departamentos, 35%. Entretanto vale ressaltar que esses índices não são obtidos em todos os projetos, pois dependem diretamente dos níveis de oportunidades encontrados em cada grupo, loja, setores.

 

Se levarmos em consideração os índices de rupturas das lojas, é comum encontrarmos índices de 15% de ruptura e é natural conseguirmos chegar em patamares de rupturas entre 2 e 4%, sendo que nos produtos da curva “A” este índice tender a ZERO.

 

TECNOLOGIA PARA REDUÇÃO DE PERDAS

Cada vez mais a tecnologia está presente em nossas vidas, podemos dizer até que já é fundamental para nossa sobrevivência. Isto se aplica também ao mundo corporativo, e o segmento varejista, em particular.

 

Nesse contexto soluções tecnológicas como Circuito Fechado de TV (CFTV), Alarmes, Vigilância Eletrônica de Mercadorias (VEM), entre outras, são fundamentais para redução de perdas e melhoria de produtividade da equipe. Só o fato das pessoas saberem que estão sendo monitoradas já inibe diversas ações que causam prejuízo à empresa. Porém, somente a instalação da tecnologia não é suficiente para redução de perdas, é necessário um plano de ação estruturado para solução das ocorrências identificadas, profissionais capacitados para identificação destas ocorrências e o acompanhamento das imagens geradas pelo CFTV ou outra tecnologia escolhida.

 

Todas as soluções citadas dão resultado positivo quando empregadas, porém as soluções tecnológicas mais utilizadas pelos supermercados atualmente são: o CFTV, Alarmes e Soluções de Frente de Caixa. O CFTV, apesar do seu grande valor como ferramenta de controle e redução de perdas, é subaproveitado em muitas empresas. Os exemplos de subutilização vão desde o não acompanhamento das imagens até câmeras mal instaladas, imagens que impossibilitam a identificação, pontos cegos, equipamentos com mal funcionamento, dificuldade de comunicação entre operador de CFTV e loja, entre outros.

 

Consideramos como imprescindíveis para o setor supermercadista as tecnologias: CFTV, Alarmes, Gestão de Fluxo de Pessoas e Solução de Frente de Caixa. Para magazines além das anteriores a Vigilância Eletrônica de Mercadorias é fundamental.

 

As soluções tecnológicas atuam principalmente como fatores de inibição ao furto, identificação de falhas em processos e acompanhamento de atividades críticas na empresa. Quando utilizadas adequadamente e por profissionais capacitados trazem grandes benefícios e resultados não só como prevenção de perdas e furtos, mas também melhorando os processos e o ambiente de trabalho e dando mais segurança à equipe.

 

(*Romualdo Teixeira, diretor Comercial da RTC Consultoria)

Última modificação emQuarta, 02 Julho 2014 11:42
Romualdo Teixeira Coelho Jr

Sócio Fundador da RTC Consultoria, empresa especializada em gestão de varejo
Mais de 20 anos de experiência no Varejo. Especialista em Gestão de Riscos, Prevenção de Perdas e Operações de Varejo. Responsável pelo desenvolvimento e implantação de mais de 60 projetos no Brasil e Exterior. Formação em Marketing FCRJ, especialista em Gerenciamento de Projetos pela Dinsmore Associates (PMP), Gestão de Riscos, Processos, pessoas e indicadores de desempenho.
Gerenciou e supervisionou inúmeras unidades varejistas, foi gerente de serviços tecnológicos para o varejo, estruturou a primeira consultoria nacional de prevenção de perdas e novas soluções na gestão de varejo.

Referencias de Projetos:
Brasil - Coop, Super Nosso, DMA (Epa), Guanabara (RJ), Muffato, Yamada,  Zona Sul, Vianense, Petrobrás, Vale do Rio Doce, Hospital do Coração SP, Verone, Esplanada, Lider, Le postiche.
Portugual – Jerónimo Martins

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